Notícias / Notícias



15 mil comunidades vivem em áreas contaminadas


Brasília - A Defensoria da Água (colegiado de instituições que atua em defesa da sociedade nas questões relativas ao acesso, uso e contaminação das águas) divulgou ontem um relatório contendo os casos mais graves de violação de direitos humanos envolvendo 15 mil comunidades expostas a áreas com solo contaminado.O documento, que já havia sido entregue a representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 17 de março, também revela o nome de autoridades públicas e grandes empresas nacionais e multinacionais tidas pela instituição como responsáveis pela contaminação. No relatório são apresentados casos como do Aterro Montovani e da Lagoa de Carapicuíba, no Estado de São Paulo. No Aterro, que fica em Campinas (SP), há 30 anos, 63 indústrias depositaram cerca de 500 mil toneladas de lixo tóxico numa área rural, onde vivem inúmeras comunidades. Na Lagoa de Carapicuíba, na cidade de mesmo nome, cerca de cinco milhões de toneladas de material contaminado, capaz de provocar câncer, e lixo do Rio Tietê, foram jogadas sem controle e acabaram afetando os moradores da cidade que tem 600 mil habitantes, segundo a denúncia. Entre as empresas acusadas de cometer "crime por violação de direitos humanos" - e não apenas crime ambiental -, estão as seguintes empresas: Du Pont, Ashland, Johnson's, Petrobrás, Monsanto, Basf, Philips, Ericson, Usafarma, Bosch, Akro, Texaco, Filtros Mann, Hydrosol, Química Nobel, Prolub, Stauffer, Texas Instrumentos, Furukawa e Tekno. Entre as autoridades acusadas estão o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, o engenheiro Mauro Arce, secretário de Energia do Estado de São Paulo, o professor José Goldemberg, secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o ministro Cezar Peluzzo, do Supremo Tribunal Federal, e a consultora do Banco Banco Japonês, Mônica Porto. No Brasil, na avaliação de Leonardo Morelli, apenas 3% das cidades têm lixões controlados, sendo que a grande parte são clandestinos. "Os dados variam, mas apontam que cerca de 60% da população brasileira não têm acesso à água de boa qualidade", afirma. Autor/Fonte: O Paraná - 01/04/2005



Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar

Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar