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Trabalho escravo é realidade também na cidade de SP


São Paulo - A novela "América", veiculada pela Rede Globo, colocou em pauta o martírio dos brasileiros que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos para trabalhar. Sem entrar no mérito da qualidade técnica ou do enredo da produção, é fato que mais atenção passou a ser dada aos relatos de dezenas de brasileiros barrados e presos na região da fronteira mexicana - a começar pelo principal telejornal da emissora. De repente, o Brasil ficou horrorizado por ver seus filhos sendo mal tratados nas terras além do Rio Grande. Contudo, apesar de não ser tema de novela, a situação dos imigrantes ilegais latino-americanos na cidade de São Paulo é uma realidade mais dolorosa, pois muitas vezes acabam como escravos em oficinas de costuras na região central da capital, como Brás, Bom Retiro e Pari.Os preços baixos de roupas em ruas como a José Paulino ou a Oriente que tanto atraem os consumidores do varejo e do atacado muitas vezes são obtidos através da redução dos custos no processo de produção. A maior parte dos funcionários utilizados na confecção dessas roupas é composta por imigrantes latino-americanos em situação ilegal no Brasil. Bolivianos, paraguaios, peruanos, chilenos compõem um verdadeiro exército de mão-de-obra barata e abundante em São Paulo. Saem de seus países de origem em busca de uma vida melhor em solo brasileiro, fugindo da miséria. Das comunidades latino-americanas na capital paulista, os bolivianos destacam-se por constituir a mais numerosa. Além disso, encontram-se nas situações mais graves de exploração e degradação do trabalho humano. Para buscar soluções para essa situação, medidas estão sendo avaliadas por entidades da sociedade civil e governo federal. A Organização Internacional do Trabalho lançará, em breve, um relatório sobre a situação do trabalho escravo no mundo e outro no Brasil. Neste último, é tratado do tema trabalho escravo latino-americano em São Paulo. Além disso, neste ano, a Câmara dos Vereadores instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o trabalho escravo no município - predominantemente formado por imigrantes ilegais. Continua em: http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?id=3024&cd_editoria=004&coluna=reportagens Por Camila Rossi e Leonardo Sakamoto, especial para a Carta Maior Autor/Fonte: Agência Carta Maior




Eixos: Política e cultura dos direitos humanos