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Entidades vêem tentativa de desestabilização em denúncias de corrupção


Brasília - Liderados pelo MST, pela CUT e pela UNE, entidades e movimentos sociais minimizaram ontem denúncias de corrupção contra o governo federal e divulgaram carta na qual cobram mudanças na condução da política econômica. O documento, ''Carta ao Povo Brasileiro'', diz que a coordenação dos movimentos ''é contra qualquer tentativa de desestabilização do governo, patrocinada pelos setores conservadores''.

''De olho nas eleições de 2006, as elites iniciaram, através dos meios de comunicação, uma campanha para desmoralizar o governo e o presidente Lula'', diz o texto, que leva a assinatura de 42 entidades. O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stedile, classificou o chamado ''mensalão'', denunciado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), como ''forçação de barra'' e ''denunciazinha''.

''Isso aí (mensalão) é ''forçação' de barra, senão (a denúncia) já teria vindo a público muito antes. É ''forçação' de barra da imprensa e de quem denunciou. Cria-se então aquele factóide, aquela expectativa. Imagine se 200 deputados recebessem R$ 200 mil todo mês, haveria um carro forte na frente do Congresso'', disse Stedile. O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, disse não acreditar no pagamento de mesadas. A carta dos movimentos sociais critica a política econômica, basicamente as taxas de juros, classificadas como as ''mais altas do mundo'', e a atual meta de superávit primário (economia de receitas sem considerar gastos com juros), de 4,25% do PIB. ''Se o governo Lula não mudar agora (os rumos da economia), a tendência é agonizar até 2006'', declarou o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Gustavo Peta.

Autor/Fonte: Folha de Londrina (22/06/2005




Eixos: Democratização da justica e garantia dos direitos humanos