Notícias / Notícias



Oficinas ensinam práticas agroecológicas para construção de projeto popular à agricultura


OFICINAS 4

No terceiro dia da 9 Jornada de Agroecologia, em Francisco Beltrão, 44 oficinas acontecem simultaneamente. A maior parte dos programas foram organizados pelos próprios participantes, com temas que tratam tanto de questões práticas quanto de aspectos teóricos, que fazem parte do debate geral trazido durante o evento.

A oficina Homeopatia como ferramenta na Agroecologia é um exemplo de como são feitos os apontamentos sobre o objetivo principal da jornada: construir um projeto popular e soberano para a agricultura. Ministrada pela funcionária da Emater em Marechal Cândido Rondon Márcia Vargas Toledo, a aula fez a ligação da homeopatia com as discussões de ontem (20) no evento, que apontaram altos índices de contaminação dos alimentos e práticas de exploração exercidas por empresas transnacionais.

“Nós precisamos pensar em formas de diminuir o índice de agrotóxicos nos alimentos, pois até mesmo o leite, base alimentar principalmente das nossas crianças, está contaminado”, disse Márcia no início da sua aula. Segundo ela, a prática da homeopatia é uma ferramenta fundamental para que seja possível construir uma mudança no modelo de produção agrícola do agronegócio.

O que é Homeopatia

Homeopatia, segundo a professora da oficina, é um tipo de medicina que leva em consideração a existência não só do ser humano físico, mas os homens e mulheres como portadores de campos de energia vital. “Não basta somente se medicar para a homeopatia fazer efeito, mas é necessário ter em mente a filosofia do “menos é mais’, que é justamente como funciona o processo de manipulação dos medicamentos homeopáticos”.

Segundo Simone Grisa, da organização não-governamental Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), de Marechal Cândido Rondon, a homeopatia oferece vantagens que vão além do menor custo. “A técnica é uma contraposição ao modelo convencional porque não deixa resíduos, além de ser uma tecnologia fácil, que dá autonomia ao agricultor, diferente dos tratamentos convencionais”.

Bioenergia e Terapias Naturais, Sistema de Produção Integrada Mandala e Adubação Verde de Inverno são alguns dos temas práticos das oficinas. No campo teórico, assuntos como Agroecologia e Ecossocialismo, Redes de Referência como ferramenta na conversão para a Agroecologia e Associativismo e Cooperativismo.

Aprendizado

O agricultor de Lindoeste Ivo Steinke, participou de duas oficinas, a de reaproveitamento de alimentos e sobre a contaminação de sementes crioulas. Steinke ficou surpreso com a capacidade dos transgênicos contaminarem as propriedades que não utilizam organismos geneticamente modificados. "A gente fica abismado porque é muito longe que vai essa contaminação. Tem que plantar longe e manter uma distância dessas lavouras, porque senão nossa semente também se contamina".



Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar

Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar