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Integrante da UDR acusado de participação no assassinato de trabalhador sem terra vai a novo julgamento


Primeiro júri de Augusto Barbosa da Costa, em fevereiro de 2013. Primeiro júri de Augusto Barbosa da Costa, em fevereiro de 2013.

Caso Sebastião Camargo

Será realizado nesta quinta-feira (21) o novo júri popular de Augusto Barbosa da Costa, acusado de assassinar o sem terra Sebastião Camargo Filho, em fevereiro de 1998, no Noroeste do Paraná. No primeiro júri ao qual foi submetido, em fevereiro de 2013, Barbosa da Costa foi absolvido, mas com explicita contradição entre os votos dos jurados: a maioria dos integrantes do júri reconheceu a participação do réu de forma efetiva e consciente no crime, portando arma de fogo e aderindo à mesma conduta dos demais presentes no despejo.


Diante da contradição entre a absolvição do réu e o reconhecimento da participação no crime, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná anulou o julgamento e determinou a realização de novo júri. O segundo julgamento deveria ter ocorrido em junho deste ano, mas foi adiando diante da renuncia do advogado de defesa minutos antes do início da sessão.

No júri de amanhã o réu será defendido pela Defensoria Pública do Estado. A sessão começa às 13h, no Tribunal do Júri de Curitiba/PR.

Relembre o caso

O agricultor Sebastião Camargo Filho foi assassinado no dia 7 de fevereiro de 1998, aos 65 anos, quando uma milícia privada ligada a ruralistas despejou ilegalmente famílias que estavam acampadas na Fazenda Boa Sorte, na cidade Marilena, noroeste do Paraná.

Passados 15 anos no crime, o presidente da UDR à época do assassinato, Marcos Prochet,  foi condenado a 15 anos e nove meses de prisão pela morte de Sebastião Camargo, mas aguarda o julgamento de recurso em liberdade.

Em novembro de 2012 outras duas pessoas também foram condenadas por participação no assassinato de Sebastião Camargo: Teissin Tina, ex-proprietário da fazenda Boa Sorte, onde o agricultor foi morto, recebeu condenação de seis anos de prisão por homicídio simples; e Osnir Sanches foi condenado a 13 anos de prisão por homicídio qualificado e constituição de empresa de segurança privada, utilizada para recrutar jagunços e executar despejos ilegais.

Tarcísio Barbosa de Souza, integrante da UDR, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Paraná, em 2012, pelo assassinato de Sebastião Camargo, e aguarda julgamento.

O Estado Brasileiro também sofreu sanções internacionais na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, por não ter dado garantias mínimas à vida de Sebastião Camargo filho.

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Ações: Conflitos Fundiários, Defensores e Defensoras de Direitos Humanos
Casos Emblemáticos: Sebastião Camargo Filho
Eixos: Terra, território e justiça espacial