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4 mil trancam a Paulista contra a privatização das hidrelétricas e do petróleo


Manifestação MAB_ Foto de Joka MadrugaFonte: Página do MST, por Luiz Felipe Albuquerque
Fotos: Joka Madruga e Marcelo Camargo 


Cerca de quatro mil pessoas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Levante Popular da Juventude marcharam nesta quinta-feira (5) pela avenida Paulista, em São Paulo.

Os manifestantes marcharam pelo cancelamento dos leilões do petróleo - marcados para o mês de outubro -, contra a concessão das hidrelétricas devolvidas ao governo federal e por uma política nacional de direitos às populações atingidas pelas barragens.

“Lutamos pela soberania energética, seja ela do petróleo ou das hidrelétricas, pois são as grandes transnacionais que controlam a energia em nosso país”, disse Gilberto Cervinski, do MAB.

Doze grandes hidrelétricas voltarão ao controle da União nos próximos anos, depois dos governos estaduais de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina não terem aceitado a renovação da concessão dessas empresas. No entanto, o MAB denuncia que todo esse potencial energético - que representa cerca de 12% da energia produzida no país -, pode ser repassado à iniciativa privada. “Não aceitaremos a privatização dessas hidrelétricas. Essa é uma luta de todo povo brasileiro”, observou Cervinski.

O militante do MAB conta que, em relação às próximas usinas que estão para serem construídas nos próximos anos, serão atingidas cerca de 250 mil pessoas, mas que nenhuma delas tem garantia de direito algum, já que não existe uma política nacional para o setor.

Petróleo tem que ser nosso

Ao longo da marcha, os manifestantes pararam em frente ao prédio da Petrobras como um ato simbólico para pressionar pelo fim dos leilões das áreas do pré-sal.

Para João Antônio de Moraes, da FUP, essa riqueza é um bem natural que pertence ao povo brasileiro, e que, portanto, os recursos gerados têm que ser voltados plenamente aos brasileiros, e não entregues às grandes empresas.

“Fala-se em leiloar reservas estimadas em trilhões de reais por R$ 15 bilhões. Estão entregando o futuro do povo brasileiro para as grandes transnacionais”, disse o sindicalista, que considera a privatização do petróleo brasileiro um crime.

Moraes lembrou que a discussão se trata da maior empresa brasileira e a quarta maior empresa de energia do mundo, e que sua criação custou muita luta e batalha da população. “Enquanto o povo saiu às ruas pedindo por mais Estado (rememorando as mobilizações de junho), o leilão significa menos Estado, fragilizando a economia nacional, não alavancando o desenvolvimento do país e piorando as condições dos trabalhadores”, avalia.

Segundo dados apresentados pela própria federação, o valor concedido às empresas que pretendem explorar o petróleo equivaleria a 280 anos do orçamento da saúde, 800 anos do orçamento da educação e 260 milhões de moradias populares.

O ato terminou em frente ao prédio da Secretaria Geral da Presidência da República, onde os movimentos sociais e sindicatos entregaram uma carta destinada à presidenta Dilma Rousseff apresentando as reivindicações.

 

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Ações: Impactos de Megaprojetos

Eixos: Terra, território e justiça espacial