Vale Fertilizantes: Acidente causado por falta de investimento deixa trabalhador em estado grave em Araucária (PR)
Terra de Direitos
Acidente por falta de investimento leva trabalhador a UTI
Desde que a Vale do Rio Doce comprou a Ultrafértil, as condições de trabalho na unidade industrial de Araucária (PR) – já precarizadas devido à privatização da empresa em 1993 – vem se deteriorando ainda mais. Para cumprir orçamentos que garantem os polpudos lucros, a Vale tem deixado os trabalhadores até sem uniformes, que, em uma indústria Petroquímica de Risco 3, é considerado Equipamento de Proteção Individual (EPI) e portanto, de uso obrigatório.
A falta de reposição de peças justificada pela política de “estoque zero” faz com que a fábrica de Araucária opere com o sistema de proteção de alguns equipamentos “desligados” ou “desviados”. Além de irregular, isto compromete significativamente as condições de funcionamento requeridas pelos fabricantes.
Na última terça-feira (25/01), um acidente provocado pela não execução de uma solicitação de serviço ocasionou a queda de um trabalhador, deixando-o em estado grave. A solicitação foi apresentada ainda em 2008 e, posteriormente, foi encaminhada a Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) e refere-se a uma irregularidade no guarda-corpo de proteção contra quedas no setor do almoxarifado. O guarda-corpo estava em desacordo com a Norma Regulamentadora Nº8 do Ministério do Trabalho, que regulamenta os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações.
A situação da segurança está se tornando insustentável. A brigada de emergência está se desconstituindo. A ação da equipe, que é formada por trabalhadores voluntários, é imprescindível para garantir a segurança da comunidade, do meio ambiente e da fábrica como um todo. Todos os membros declararam, em abaixo-assinado que após o dia 07 de fevereiro, que não mais farão parte da brigada devido ao descaso da Ultrafértil/Vale Fertilizantes para com a equipe.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR) irá denunciar tal situação à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e ao Ministério Público. Também irá mobilizar os trabalhadores e comunidade para que a empresa não venha a operar sem a brigada de emergência.
Contato para mais informações:
Sindiquimica-PR
Tel. 041 3327 3458
e-mail: sindiquimica.pr@gmail.com
Ações: Empresas e Violações dos Direitos Humanos
Eixos: Democratização da justica e garantia dos direitos humanos