Defensoria Pública do Paraná é prejudicada com aprovação de conjunto de medidas do governo
Assessoria de comunicação Terra de Direitos
Em votação do conjunto de medidas propostos pelo governador do Paraná Beto Richa para aumento de arrecadação do estado, a Defensoria Pública (DP) sai mais uma vez prejudicada. A Assembléia Legislativa do Paraná (Alep) votou e aprovou nesta quarta-feira (10) a emenda de redução do orçamento de 2015 da DP.
Dos R$ 140 milhões previstos para o próximo ano, o órgão tem previsão de gastos de 90 milhões. Com isso, a manutenção de elementos básicos de infraestutura das sedes da defensoria das quase 50 cidades atendidas no estado serão prejudicas.
Da mesma forma, não haverá a possibilidade de contratação de novos profissionais. “Com essa aprovação, está totalmente eliminada a possibilidade de termos uma Defensoria Pública na condição que prevê a Constituição Federal”, avalia a advogada popular da Terra de Direitos, Maiara Bitencourt.
Menos autonomia
Na terça-feira (9), a Alep também aprovou a Lei Complementar (LC) 16/2014. Além de destituir a autonomia financeira e administrativa da Defensoria Pública, a lei aprovada extingui previsões que garantiam uma equipe mínima de atuação e uma infra-estrutura básica para a defesa dos interesses da população carente. Com isso, acaba-se a eleição direta para Defensor Geral e a abertura automática de concurso público quando o número de vagas atingirem um quinto dos cargos iniciais da carreira.
Como forma de tentar impedir a votação desse projeto de lei, a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), ingressou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça. Na ação judicial, os deputados alegaram que o projeto de lei é inconstitucional. Segundo eles, a prerrogativa de propor mudanças na LC é da Defensoria Pública e não do Executivo, conforme dispõe o artigo 134, parágrafo 2º, da Constituição Federal, que assegura às defensorias públicas a autonomia administrativa, financeira e funcional. Até o momento, a desembargadora Regina Afonso Pontes não decidiu sobre o pedido liminar de Mandado de Segurança.
Falta de debate na aprovação das medidas
Outras medidas de conflitos foram aprovadas no dia 9 pela Alep. Entre elas, o aumento de tributos como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automores (IPVA) e o Imposto sobre a Circulação e Mercadorias e Serviços (ICMS), e a implantação da contribuição previdenciária para os aposentados.
Todas as propostas foram aprovadas através do mecanismo de Comissão Geral, postulado pela liderança do governo e aprovado pela a maioria dos parlamentares presentes. Através deste mecanismo, os projetos têm a tramitação de forma acelerada, passando por todas as comissões e votações necessárias em uma mesma tarde, sem os devidos debates nas comissões permanentes.
Muitos conflitos foram observados durante a sessão. Os deputados da oposição criticaram as propostas apresentadas pelo governo e tiveram apoio da sociedade civil, que compareceu em peso na platéia.
Eixos: Democratização da justica e garantia dos direitos humanos