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2 de maio: Dez anos de descaso com a morte de Antonio Tavares


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Há dez anos, o dia 2 de maio foi marcado pela morte de Antonio Tavares, trabalhador rural sem terra morto pela polícia na BR 277. A ação truculenta da polícia neste dia deixou outras 185 pessoas feridas. Assim como os demais trabalhadores, Antonio Tavares estava em um dos ônibus que seguiam para a cidade de Curitiba, onde encontrariam os movimentos urbanos para as celebrações do 1º de maio. Ao chegarem na entrada da cidade, os trabalhadores foram recepcionados por diversas viaturas e policiais, que dispararam contra os trabalhadores.

 

O policial Joel de Lima Santa’Ana, responsável pelo disparo que matou Tavares, foi absolvido pela Justiça Militar e o caso foi arquivado pela Justiça Comum, mesmo com todas as provas apresentadas. Pela falta de empenho da Justiça para reparação da família, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Terra de Direitos e a Justiça Global denunciaram o caso aos órgãos internacionais. Em outubro de 2009, a denúncia foi admitida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em seu relatório de admissibilidade, a Comissão considera que o Brasil violou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e agora deverá ser julgado pela Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos.

 

Assim como Antonio Tavares, muitas outras mortes e violências contra trabalhadores continuam sem resposta da Justiça, situação que revela a dificuldade de acesso à Justiça. No Brasil, nos últimos 20 anos, foram assassinados 1.388 trabalhadores rurais no Brasil, destes, apenas 75 tiveram julgamento (dados da CPT).

Leia mais em: Assassinatos de trabalhadores rurais continuam sem resposta da Justiça.

 

 

 



Ações: Conflitos Fundiários
Casos Emblemáticos: Antonio Tavares
Eixos: Terra, território e justiça espacial