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Agricultores são libertados, mas mobilização continua


São militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens/MAB, atingidos pela UHE Barra Grande, de propriedade das empresas Alcoa, Votorantin, Camargo Côrrea, Companhia Paulista de Força e Luz e DME, que formam o Consórcio BAESA. O incidente ocorreu em Anita Garibaldi/SC.As prisões foram marcadas pela arbitrariedade numa cilada armada pelo advogado da Baesa, Luciano de Maria, aceita pelo Juiz da Comarca de Anita Garibaldi, Alexandre Karazawa Takashima. Além disso, durante a ação policial, 20 pessoas ficaram feridas com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. André Sartori continua no presídio em Lages, o MAB denuncia que não há motivo claro para que Sartori continue detido, e por isso tem se caracterizado como uma prisão política, semelhante às ocorridas durante no período da ditadura militar. Cinco lideranças do MAB continuam com a ordem de prisão decretada. Os atingidos buscam o cumprimento do acordo social firmado entre MAB e Consórcio Baesa. No acordo consta reassentamento para as famílias atingidas, casas populares, crédito para custeio, entre outros. Além disso, existem várias condicionantes para a Licença de Operação da barragem, as quais não estão sendo cumpridas. Caso as empresas não cumpram imediatamente os acordos que assinaram, os atingidos exigem do IBAMA a suspensão da Licença de Operação da barragem. Os agricultores continuam mobilizados no município de Anita Garibaldi, pressionando para a continuidade nas negociações e liberação do agricultor que está presos. "A prisão de nossos companheiros é mais uma arbitrariedade do processo de implantação desta barragem, um dos maiores desastres ambientais e sociais da atualidade no Brasil", dizem a lideranças do MAB na região. Segundo a coordenação do MAB, os direitos humanos de pequenos agricultores têm sido afrontados sistematicamente por algumas das maiores e mais poderosas corporações nacionais e transnacionais, as quais, amparadas por uma equivocada e retrograda noção de "desenvolvimento", vem se apropriando dos rios, florestas e campos pertencentes ao povo brasileiro. A região de Anita Garibaldi, que além da barragem de Barra Grande compreende a barragem de Campos Novos tem sido palco de inúmeras arbitrariedades policiais e do judiciário nos últimos anos, além de registrar fraudes graves e omissão do poder público no licenciamento das hidrelétricas. Recentemente, uma denúncia de prisões arbitrárias feitas em março de 2005 em Campos Novos, levou a relatora das Nações Unidas para defensores de direitos humanos Hina Jilani, a visitar a região. Suas conclusões devem ser apresentadas em junho. --- Setor de Comunicação do MAB Secretaria Nacional www.mabnacional.org.br Autor/Fonte: Setor de Comunicação do MAB




Eixos: Terra, território e justiça espacial