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Caso Dorothy Stang - Comitiva norte americana chega ao Brasil


Dorothy Stang A comitiva norte americana que acompanha o processo do assassinato da irmã Dorothy Stang chega no dia 22 de setembro, em Belém (PA). Integram o grupo, o irmão de Dorothy, David Stang; o advogado da família, Brent N. Rushford; o cônsul especial de Washington, Jeffrey T. Hsu; e o advogado consultou do caso em Washington, Blake Rushforth. Em Belém, o grupo americano reúne-se com a CPT (Comissão Pastoral da Terra), que integra a assistência de acusação no caso do assassinato de Dorothy, com as irmãs de Notre Dame (Congregação que Dorothy fazia parte) e com o Comitê "Dorothy Stang", organizado por religiosos e militantes do movimento social em Belém. A comitiva participa ainda de uma reunião no Ministério Público Federal, no dia 22/09, às 16h00 - com a presença de membros da Congregação de Notre Dame, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA, a CPT e o procurador do Ministério Público Federal, Dr. Felício Pontes. No dia 23/09, às 11h00, está prevista uma reunião na sede do IBAMA, com representantes do mesmo órgão, do INCRA, da CPT e das pastorais e organismo da CNBB. Às 13h00, acontece audiência na sede do Tribunal de Justiça - com o Presidente do Tribunal no Estado do Pará, Des. Milton Nobre e com o juiz de Pacajá - responsável pelo processo, Dr. Lucas do Carmo. Às 15h30 - realiza-se o encontro com os promotores do Ministério Público Estadual, Dr. Lauro de Freitas Júnior e o Dr. Sávio Brabo. Irmã Dorothy Stang foi assassinada em Anapu, em 12 de fevereiro de 2005 por apoiar a organização dos trabalhadores rurais, apoiar a criação de projetos de desenvolvimento sustentável e denunciar a exploração ilegal de madeira, a grilagem de terra e a violência contra camponeses da região. Os fatos indicam que o assassinato da irmã Dorothy foi organizado por um consórcio de fazendeiros influentes e poderosos na região do Oeste paraense. Apesar de todas as pressões realizadas depois da morte da irmã, o clima de violência continua na região e os grileiros, madeireiros e fazendeiros continuam intimidando e ameaçando os trabalhadores. A ação da policia não mudou também, ainda é crítica a situação da segurança pública nas áreas dos PDS e os muitos trabalhadores continuam sendo tratados como "bandidos" pela polícia. Recentemente a CPT denunciou a ação da policia, articulada e apoiada por um fazendeiro influente da região, ameaçando e prendendo trabalhadores. O Incra também não conseguiu viabilizar todas as demandas e providências anunciadas, pós-assassinato de Dorothy Stang. Anapu tem uma área territorial de 11.895 km² e uma estimativa de 7.271 habitantes. Está situada bem na região central do estado do Pará, localizando-se a 600 km da capital, Belém. No ano de 1995, através da Lei Estadual n. 5.929/95 a localidade foi elevada à categoria de Município, recebendo o nome de Anapu. O território que hoje compõe o Município de Anapu é originariamente de propriedade da União. Está dividido basicamente em glebas de três mil hectares, as quais na década de setenta foram objetos de Contratos de Alienação de Terras Públicas (CATPs), celebrados entre o INCRA e particulares. O processo desordenado de ocupação se deu pela descoberta de uma nova fronteira de exploração pelos grileiros, ampliando as ações de desapropriação e desmatamento descontrolado do território, que vêm resultando nos conflitos agrários, envolvendo novos e antigos ocupantes. Comissão Pastoral da Terra - CPT Secretaria de Serviços - Belém - 22 de setembro de 2005 Mais informações: com Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos, que participa das reuniões: (41) 9987-4660 Autor/Fonte: CPT :: Arquivos




Eixos: Terra, território e justiça espacial