A comissão vai visitar as famílias despejadas, participar de audiência com o comando da Policia Militar e Civil da região, e denunciar a ação da milícia armada na Polícia Federal de Londrina. Os Sem Terra foram expulsos da área na terça-feira (16) por 40 pistoleiros armados e encapuzados que invadiram o acampamento a mando do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), proprietário da fazenda. Os trabalhadores foram ameaçados de morte, agredidos com coronhadas, impedidos de levar seus pertences e deixados na cidade de Tamarana. Até o momento a maioria dos pertences das famílias e os animais ainda permanecem no local. Ontem, quando a policia militar ainda estava no local os pistoleiros queimaram as barracas dos Sem Terra.Hoje, a Sesp afirmou que vai garantir o direito das famílias de retirar os animais da área. Contexto A fazenda 3J tem cerca de 144 hectares e foi ocupada em 15 de setembro do ano passado, por cerca de 700 famílias do MST. O acampamento denuncia o desvio de dinheiro público para o acúmulo de patrimônio e especulação imobiliária. Antes da eleição para deputado em 2002, José Janene estava falido e suas empresas declararam rendimento zero à Receita Federal. Entre 2003 e 2004, o parlamentar e sua mulher adquiriram 11 fazendas no Paraná.Janene foi acusado de ser beneficiário de R$ 4,1 milhões do esquema "mensalão" e também é réu em 13 ações civis públicas na Justiça paranaense. No entanto, no dia 6 de dezembro do ano passado o plenário da Câmara dos Deputados absolveu o deputado da cassação. Os Sem terra exigem que as fazendas de Janene, adquiridas por meio da corrupção, sejam destinadas à Reforma Agrária e que o dinheiro desviado seja devolvido aos cofres públicos. Não é a primeira vez que milícias agridem as famílias acampadas na fazenda 3J. Em outubro do ano passado a Organização Não Governamental Terra de Direitos enviou ofício à Ouvidoria Agrária Nacional e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, denunciando as agressões e ameaças que os Sem Terra vinham sofrendo dos pistoleiros de Janene. Em resposta, a Sesp afirmou que em 25 e 26 de outubro foi realizada uma diligência na fazenda e não foi constatada a presença de milícia armada no local. O MST e a Terra de Direitos denunciaram o despejo violento e a existência de milícias no local à Ouvidoria Agrária Nacional e a Sesp, além de comunicar a Relatoria de Despejos Forçados da ONU. Informações à imprensa Solange(MST) - 41 3324 7000 - (41) 8411979 Autor/Fonte: MST / Paraná