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Conservação dos Rios Paranaenses e Grandes Barragens


Prezados amigos, Em 28 de janeiro desse ano iniciamos uma campanha de mobilização de forças sociais, instituições públicas e veículos de comunicação, para evitar os enormes impactos sociais e ambientais relacionados às grades barragens no rio Tibagi - PR.Em 12 de maio nossas ações se intensificaram e em cinco meses foram 23 reportagens veiculadas em rádios, jornais e televisão, além de 34 reuniões e palestras com lideranças comunitárias, universidades, políticos e representantes de órgãos ambientais do Estado. Nesse ínterim, não menos do que 3.500 quilômetros foram percorridos na bacia do Tibagi e centenas de horas foram empenhadas em comunicações e contatos pela internet e telefone. Mesmo assim, parece que ainda temos tudo por fazer. Nenhuma das quatro ações civis públicas movidas pela Liga Ambiental na Bacia do Tibagi foi ainda julgada, fato que evidencia o grande conflito que pesa sobre o colo dos juízes. Ou seja, entre a obviedade da lei que impossibilita o licenciamento dessas obras da forma como vem ocorrendo e a incômoda responsabilidade da primeira "canetada", que romperia as práticas degradantes do setor elétrico, o silêncio tem sido a solução mais confortável. Nada disso soa estranho para aqueles que acompanham atentamente o comportamento histórico das instituições e das forças políticas e setoriais. A força do continuísmo é brutal! O que causa mal estar é a inércia da maioria da sociedade, cujo canto de ninar é entoado pelos meios de comunicação e pelas lideranças políticas irresponsáveis. Não nos atreveremos aqui a repetir a enfadonha conversa da TV alienante e do político populista que obliteram a visão da massa, mas sim, a evocar os que percebem a gravidade e o simbolismo da situação, a agir para consolidar a mudança dos rumos da história. Na bacia do Tibagi, como nos rios Ribeira e Iguaçu, a luta está sendo árdua, mas extremamente frutífera. Estamos quase revertendo uma prática de arrogância e desprezo ao interesse público promovida por grandes empreiteiras e órgãos de governo, que buscam com o terrorismo do apagão energético e com a falácia do desenvolvimento regional das áreas vitimadas por seus projetos, obter uma "carta branca" para a execução de crimes contra a natureza e a sociedade brasileiras. Fazer cessar essa prática nesse momento significará fazer capotar o "rolo compressor" das empresas do setor elétrico, causadoras da destruição e promotoras do engodo popular nos grandes rios desse País. Precisamos, mais do que nunca, do desprendimento de cada um. No Paraná, todos os espaços de negociação política foram buscados, todas as instituições públicas envolvidas foram alertadas, e muitas ilegalidades cometidas já foram apresentadas à justiça. É o momento de uma última e derradeira ação de persuasão e constrangimento públicos pela moralização dos licenciamentos ambientais e pela democratização das decisões sobre o uso de nosso bem mais essencial, a água. O ponto culminante dessa luta ocorrerá na Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, dia 22 de novembro (na semana em que se comemora o Dia do Rio) às 08:30, onde a presença de cada um fará muita diferença. Divulguem essa mensagem que é uma convocação para que os cidadãos do Paraná compareçam no Centro Cívico, e questionem os projetos de grandes barragens, responsáveis pela condenação de nossos grandes rios, de nossas últimas áreas naturais, de nossa sociedade e de nosso futuro. Autor/Fonte: Liga Ambiental




Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar