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Entidades repudiam premiação de reportagem sobre trabalho infantil, em Bituruna


A reportagem chamada de "Infância no carvão", foi indicada ao 2º Prêmio Sangue Bom do Jornalismo Paranaense. A matéria tem várias irregularidades e não reflete a realidade da região, por isso, pedimos aos companheiros que enviem notas de repúdio a Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, pressionando para encaminhem as mensagem a comissão julgadora para analisar o caso e desclassificar reportagem.Segue abaixo sugestão da nota de repúdio, para enviar a Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná Aniela Almeida presidente@sindijorpr.org.br Curitiba, 05 de março de 2007. MOÇÃO DE REPÚDIO (entidade/organização/pessoa), vem REPUDIAR a indicação do trabalho "Infância no carvão", da jornalista Ana Carolina Massignani, que mostra a suposta ocorrência de trabalho infantil em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na região de Bituruna/PR, ao 2º Prêmio Sangue Bom do Jornalismo Paranaense. Ocorre que a reportagem contém informações infundadas e tendenciosas que não correspondem à realidade das famílias assentadas na região, sendo que os assentados denunciaram que a equipe do Paraná TV foi levada até o assentamento por um funcionário da Prefeitura de Bituruna, e que a repórter informou às famílias que estava preparando uma matéria sobre a estiagem nos assentamentos. A reportagem motivou a abertura de um procedimento investigatório pela Procuradora Regional do Trabalho da 9ª Região, Margaret Matos de Carvalho, que ainda não foi concluído, mas que, pelos depoimentos e documentos já juntados, pode-se perceber a inveracidade da denúncia. Em depoimentos prestados no Ministério Público do Trabalho em Curitiba, os pais das crianças mostradas na reportagem comprovaram que as mesmas freqüentam a escola e que foram induzidas pela equipe da reportagem a simularem que estavam trabalhando. Ressalta-se que o tema trabalho infantil deve ser tratado com muita cautela, e no caso da citada reportagem as crianças foram expostas em rede nacional de televisão, sem qualquer consentimento ou mesmo conhecimento dos seus pais, o que por si só coloca em dúvida a conduta ética da jornalista e os reais objetivos da matéria. Um trabalho sério de reportagem não pode manipular informações e prejudicar pessoas, como ocorreu no presente caso, onde os pais e as próprias crianças passaram por inúmeros constrangimentos. Dessa forma esperamos que tanto este Sindicato como a Comissão Julgadora tomem as devidas providências para não permitir que este tipo de reportagem, falaciosa e irresponsável, possa concorrer a um prêmio de jornalismo sério, que prestigia profissionais comprometidos com a informação e prestação de serviços a população. Atenciosamente, (entidade/organização) Autor/Fonte: MST Paraná




Eixos: Terra, território e justiça espacial