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Semiárido conquista primeiro Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia


SemiáridoFonte: Jornada de Agroecologia, por Gabriel Troilo
Tem início este ano o primeiro curso superior de Tecnologia em Agroecologia voltado para os movimentos sociais do campo, no semiárido brasileiro. O curso, aprovado pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), funcionará em regime de alternância, oferecendo 100 vagas destinadas à agricultores de assentamentos, comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto, quilombolas e demais beneficiários dos programas e projetos de reforma agrária reconhecidos pelo INCRA.

O curso será sediado pela EFASE, na região rural de Monte Santo (BA), um centro de formação instalado em meio à comunidades de fundo de pasto e de pequenos agricultores que historicamente realiza um amplo trabalho educativo com a juventude do campo. Funcionando através da íntima relação entre escola e família, a EFASE desenvolve a formação adequada para a identificação com o campo e para que as comunidades tenham condições de desenvolver sua autonomia a partir da ação dos próprios educandos da escola.

A construção vem sendo feita desde meados de 2012, através do diálogo entre a Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), a Rede de Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e os movimentos sociais do campo: Coordenação Estadual de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (CETA), Central de Associações de Fundo e Fecho de Pasto (CAFFP), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Perspectiva popular
É de encontro às demandas por uma continuidade na formação para os técnicos agrícolas que já vem se formando nas EFAs que o curso de Tecnologia em Agroecologia surge no sertão baiano. A perspectiva dos movimentos sociais e da escola é de garantir o avanço dos conhecimentos e a consecução de atividades de pesquisa que ampliem as estratégias de convivência com o semiárido, além de formar profissionais que trabalhem dentro da perspectiva popular que a agroecologia trás para a produção do campo.

A convivência com o semiárido é o “jeito” de fazer agroecologia no sertão. É pelas diferentes formas com que o sertanejo adapta sua produção, armazenando água e recursos e utilizando-os de forma apropriada, que as comunidades se desenvolvem historicamente em meio à caatinga, garantindo a soberania alimentar da região mesmo em períodos de escassez.

O curso superior de Tecnologia em Agroecologia é uma conquista dos movimentos sociais do semiárido, tendo o potencial de desenvolver uma importante articulação que amplie as formas de resistência e desenvolvimento das comunidades de todo semiárido nordestino.

O processo seletivo ocorre em setembro e a primeira etapa do curso inicia ainda este ano.
Maiores informações através do contato agroecoefase@gmail.com.

 



Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar

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