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Terra de Direitos pede providências contra Meneghel e a Sociedade Rural do Oeste


   A organização Terra de Direitos encaminhou nessa tarde um pedido para o Ministério Público do Paraná solicitando providências para evitar mais ameaças e agressões contra os participantes da 7ª Jornada de Agroecologia. Entre os pedidos está a prisão preventiva do presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Alessandro Meneghel e a dissolução da entidade, que possui histórico no envolvimento com milícias armadas e na realização de despejos ilegais.

No jornal "O Paraná" desta terça-feira (22) Meneghel anunciou que tomará pedidas para impedir a realização do evento. Além disso, a TV Tarobá divulgou ao meio dia uma reportagem com um homem não identificado conclamando os fazendeiros da região a participarem do impedimento. A imprensa já havia aberto outros espaços para Alessandro Meneghel. Na edição do "O Paraná" de 15 de julho, o ruralista afirmou que "Já dissemos que toda ação provoca uma reação. (...)A coisa vai ser feia". (http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=POR&pagina=http://www.oparana.com.br)

O jornal Correio do Povo também publicou um texto de autoria de Meneghel, onde ele afirmou: "não fui reeleito ao comando da Sociedade Rural para suportar desaforo ao direito de propriedade. Digo e repito: para cada ação, uma reação." (http://www.correiodopovo.com.br/opiniaoLeitor.php ) Alessandro Meneghel é o porta voz de diversas ameaças públicas contra trabalhadores rurais sem terra. Em novembro de 2006, durante o encerramento da Jornada da Educação na Reforma Agrária, promovida pelo MST, em Cascavel, integrantes da SRO tentaram impedir a marcha de encerramento e bloquearam a estrada portando pedaços de pau, de ferro e armas de fogo.

Diversos participantes foram atingidos. Alessandro Meneghel também foi denunciado pelo ataque ao acampamento da Via Campesina na Estação Experimental da Syngenta em Santa Tereza do Oeste, em outubro do ano passado, quando duas pessoas faleceram (um trabalhador do Movimento Sem Terra - Valmir de Oliveira - e um segurança da empresa NF - Fábio Ferreira).

Na ocasião, o Ministério Público de Cascavel denunciou Meneghel como um dos chefes da quadrilha. Em maio de 2008 Meneghel defendeu publicamente o ruralista Orlando Gomes, dono do chamado "caveirão do agronegócio", um caminhão utilizado para destruir as plantações, escola e a igreja do acampamento, em um despejo ilegal e arbitrário.

No mesmo mês, durante uma reunião com a Polícia Militar, Meneghel declarou: "estou avisando. Não morreu ninguém, mas vai morrer" . O pedido da Terra de Direitos foi encaminhado a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná, Superintendência da Polícia Federal do Estado do Paraná, Ouvidoria Agrária Nacional, solicitando seja tomadas providências urgentes para garantir a segurança da realização da Jornada de Agroecologia e de seus participantes.

O que é a Jornada de Agroecologia

   A Jornada de Agroecologia é um evento anual, organizado por diversas organizações da sociedade civil e movimentos sociais com objetivo de discutir o modelo de produção agrícola e propor alternativas para a construção de um modelo de produção agrícola baseado na sustentabilidade ecológica e social. A Jornada de Agroecologia tradicionalmente atrai um grande número de agricultores vindos de diversas regiões do Estado do Paraná e também de outros estados. Há a previsão para que a 7º Edição da Jornada de Agroecologia atraia cerca de 4.000 participantes, entre trabalhadores e trabalhadoras rurais, estudantes, professores universitários, dentre outros.



Ações: Conflitos Fundiários

Eixos: Terra, território e justiça espacial