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Documentário "Portos em Santarém , vítimas do progresso"


Por Assessoria de Comunicação Terra de Direitos Sem título

A preocupação da população de Santarém com a possibilidade de construção de portos na cidade, localizada no Oeste do Pará, é retratada no documentário ‘Portos em Santarém – vítimas do progresso’. Realizado pela Pastoral Social Diocesana, o material é produzido a partir das experiências de moradoras e moradores da região: pescadores, comunidades tradicionais e quilombolas serão diretamente afetados com as obras.

Região estratégica para a produção e escoamento de grãos, Santarém foi historicamente prejudicada pela expansão da fronteira agrícola no Brasil, a partir dos anos 2000. Assim, o município recebeu grandes investimentos de produtores de soja vindos do estado do Mato Grosso, a fim de aumentar seus negócios.

Atualmente três grandes portos graneleiros e uma linha férrea são planejados para serem construídos na cidade, que tem como objetivo escoar a produção de cerca de 16 milhões de toneladas de grãos e produtos primários. O mega empreendimento, patrocinado por grandes produtores, está colocando em risco a sobrevivência de moradores e da biodiversidade da região.

O documentário narra as perspectivas dos moradores, que estão em situação de constante ameaça, e a forma que as áreas para as construções foram negociadas. Além do abuso e falta de clareza nas informações sobre o projeto, os moradores convivem agora com o medo de ficarem sem ter como trabalhar.

Caso o projeto seja aprovado, os portos serão construídos na Área de Preservação Ambiental do Lago Maicá. Os 487 pescadores da região estão diretamente ameaçados já que 30% do pescado que abastece a cidade é oriundo do lago. Além de ter que dividir o espaço de trabalho com navios e contêineres, os trabalhadores terão o acesso ao lago restrito, já que a área será privatizada. Fora os possíveis danos para pesca e agricultura, praias e biodiversidade locais serão praticamente extintas e o turismo na região também sofrerá impactos.

Para garantir que não haja empecilhos durante o andamento do projeto, um projeto de lei que retira o lago do Maicá como área de proteção ambiental tramita na Câmara Municipal. Segundo Pedro Martins, assessor jurídico da Terra de Direitos, essas empresas já contrataram outras empresas de estudo e pesquisa para atuar nessas comunidades. “Isso quer dizer que existe um processo avançado de licenciamento ambiental”, declara o assessor no vídeo.

“Tudo isso são prejuízos para a sociedade santarena”, afirma Edilberto Sena, padre e ativista da região. Perante a iminência da situação, a mobilização de moradoras e moradores da região comunidades vizinhas onde serão comportadas as obras e, se faz essencial para conter os prejuízos trazidos por essas grandes construções.

“Isso é gravíssimo. Se os moradores dos bairros Pérola do Maicá, Área Verde, Jaderlândia não se organizarem e se nós não estivermos junto com eles pra resistir, a destruição da nossa cidade vai se ampliar por que as autoridades não estão nem aí para as vidas humanas”, garantiu o padre.

>> Confira ‘Portos em Santarém – vítimas do progresso’:



Ações: Empresas e Violações dos Direitos Humanos,Impactos de Megaprojetos
Eixos: Terra, território e justiça espacial
Tags: AGRONEGÓCIO,DOCUMENTÁRIO,LAGO DO MAICÁ,PEDRO MARTINS,PORTOS EM SANTARÉM - VÍTIMAS DO PROGRESSO,PORTOS GRANELEIROS