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Ato em defesa da paz, justiça e segurança de todos os trabalhadores do campo e da cidade


Em razão do recente assassinato ocorrido em assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, no centro-sul do Paraná, e das constantes ameaças e ações violentas, o MST realiza nesta sexta-feira (10) o 'Ato em defesa da paz, justiça e segurança de todos os trabalhadores do campo e da cidade.

No último dia 20, um casal e uma criança foram assassinados no assentamento Ireno Alves, em Rio Bonito do Iguaçu. Outras ações dos criminosos dentro da região já haviam sido informadas para a polícia, sem que nada tivesse sido feito.

Esse é mais um exemplo da insegurança que cerca o trabalhador do campo que luta por um pedaço de terra. Mais do que isso, o caso reflete também o abandono histórico de políticas públicas, e a tomada de ações  por parte das autoridades que beneficiam os latifundiários. 

Participe do ato!

Data: 30 de janeiro de 2015, às 10h
Local: Praça Nogueira do Amaral, Laranjeiras do Sul - Paraná

>> Leio a nota produzida pelo MST:

ATO EM DEFESA DA PAZ, JUSTIÇA E SEGURANÇA DE TODOS OS TRABALHADORES DO CAMPO E DA CIDADE

Que a violência contra os pobres é parte da história do nosso país, não resta dúvida a um olhar atento para a nossa realidade. Violência de classe contra classe como violência das classes opressoras, exploradoras e espoliadoras do povo. Violência dos latifundiários e grandes burgueses serviçais do imperialismo para manter a sangria, a dominação e a exploração do povo trabalhador brasileiro. Violência do sistema de poder representado pelo Estado erigido pelas classes dominantes como nas relações de trabalho e no salário mínimo de fome, no racismo, machismo e todas as formas de preconceito que têm a sua sustentação na forma como as classes dominantes mantêm a sua guerra contra o povo para manter o poder, a dominação e os seus privilégios.

Na nossa Região do CANTUQUIRIGUAÇU, particularmente nos municípios atingidos pelo latifúndio grilado da ARAUPEL e seus aliados, todos os criminosos e mandantes são de longa data conhecidos das autoridades que não fazem nada para acabar com a criminalidade e acobertam os crimes a serviço dos poderosos. Por isso a violência contra os trabalhadores rurais sem terra e com pouca terra e os povos indígenas estão cada vez mais presente.

No dia 20/01/2015, um assalto seguido de sequestro e assassinato no Assentamento Ireno Alves, em Rio Bonito do Iguaçu, alarmou toda a região. O casal Elias e Isabel Casagrande e o seu netinho, Luiz Fernando Casagrande, de 2 anos e meio, foram barbaramente assassinados por bandidos que vinham praticando assaltos e roubos em residências na região há muito tempo, sem que a polícia e a justiça adotassem uma ação efetiva para conter os criminosos, embora tivesse conhecimentos dos fatos pelas queixas prestadas nas delegacias pelas vítimas. Os criminosos eram conhecidos da polícia e por que a polícia e a justiça não tomaram nenhuma medida antes que esta tragédia se abatesse sobre a honrada família de trabalhadores do Assentamento?

A punição dos criminosos assaltantes e dos seus comparsas mandantes e apoiadores formados por grandes latifundiários é o que exige a população.  O sistema de dominação política e econômica dos latifundiários, somada com a impunidade associada à cumplicidade das autoridades com o crime organizado dos poderosos alimentam o clima de insegurança e os atos de violência na Região. Os assassinatos praticados por pistoleiros da ARAUPEL sem que ninguém tivesse sido punido são exemplos dessa situação de insegurança e violência. Em 16/01/1997, os trabalhadores rurais sem terra Vanderlei das Neves, 16 anos, e José Alves dos Santos, 34 anos, foram barbaramente assassinados por pistoleiros a serviço da ARAUPEL. A justiça e a polícia classistas, cegas com relação aos crimes dos ricos, não investigaram esse crime e não aplicaram nenhuma punição contra os criminosos e mandantes.

O assassinato da Família Casagrande é parte da violência histórica das classes latifundiárias e dos poderosos da nossa Região acobertados pelo Estado. Esse tipo de violência tem se tornado cada vez mais presente contra as famílias que vivem no campo em todas as regiões do país. O campo sofre pelo abandono histórico de falta de políticas públicas de saúde, segurança, educação, transporte, comunicação e cultura. Por isso o MST defende um julgamento justo e punição dos criminosos e investigação e punição de seus aliados ricos, criminosos, latifundiários. E que o Estado cumpra com a sua função de garantir segurança aos cidadãos. Não é papel de a polícia fazer intriga para tentar dividir os trabalhadores, servindo aos interesses da ARAUPEL.

ESTAMOS TODOS UNIDOS NO SOFRIMENTO E NA SOLIDARIEDADE COM OS FAMILIARES E AMIGOS DOS CASAGRANDE! SEGUIMOS NA CONTINUIDADE DA SUA LUTA POR TERRA, LIBERDADE E JUSTIÇA SOCIAL!

PELO FIM DA ARAUPEL!

POR TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA PARA A JUSTIÇA, A PAZ E O DESENVOLVIMENTO DA NOSSA REGIÃO!

"Uma injustiça cometida contra um é uma ameaça contra todos"



Ações: Conflitos Fundiários, Defensores e Defensoras de Direitos Humanos
Eixos: Terra, território e justiça espacial



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