Entre 25 de setembro de 25 de outubro, o Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) estará promovendo a exposição internacional “Arpilleras: bordando a resistência”. O evento reúne 37 peças de bordado construídas por mulheres de seis países da América Latina e Europa, visando problematizar e transgredir o papel feminino na sociedade.

Dividida em duas mostras, a exposição trará 12 peças da coleção internacional “Conflict Textiles”, que reúne histórias de pobreza, repressão policial, desaparecimentos políticos, encarceramento, imigração, minas terrestres ou lutas indígenas, e “Atingidas por Barragens: Costurando os Direitos Humanos”, 25 bordados sobre violações de direitos humanos confeccionados  por mulheres do MAB.

A programação da exposição também terá atividades como oficinas de bordados, palestras e exibição de filmes, que pautarão as violações de direitos humanos que envolvem as mulheres e questionarão seu papel na sociedade.

A exposição “Arpilleras: bordando a resistência” estará aberta ao público no Salão de Atos do Memorial da América Latina, localizado ao lado do metrô Barra Funda, em São Paulo, entre 25 de setembro e 25 de outubro de 2015. Para mais informações, acesse o site.

Arpilleras: histórico de resistência

Popularizada durante o período da ditadura militar chilena (1973 - 1990), a técnica de bordado conhecida como arpillera incorpora elementos tridimensionais e retalhos de tecido aplicados sobre suporte de juta, em espanhol, “arpillera”.

A partir da mobilização de mulheres da periferia de Santiago que passaram a bordar os retalhos de roupas de parentes desaparecidos, a técnica desafiou o silêncio imposto pelo regime do General Augusto Pinochet.

Desde então, a arte de fazer arpilleras têm inspirado mulheres em todo o mundo. A partir da costura, essas pessoas dão forma e registram as experiências vividas, além de dares suas respostas quantos aos abusos sofridos.

No Brasil, a técnica foi resgatada pelo MAB em oficinas realizadas com mais de 900 mulheres atingidas por projetos hidrelétricos nas cinco regiões do Brasil, desde 2013. O resultado disso estará na exposição, que terá 25 bordados produzidos coletivamente por arpilleras brasileiras.

Programação

Sexta, 25 de setembro, no Salão de Atos Tiradentes

19h - Ato de Abertura/Vernissage da exposição “Arpilleras, Bordândo a Resistência”, com a Curadora Internacional Roberta Bacic
20h - Coquetel e Animação Cultural

Sábado, 26 de setembro, na Biblioteca Latino- Americana (Auditório)

9h – 17h - Seminário “Costurando Direitos Humanos”*
18h - Ato Encerramento Projeto “Direitos das Populações Atingidas no Brasil” (MAB – União Europeia)

Sábados, 17 e 24 de outubro, no Salão de Atos Tiradentes

14h – 17h - Oficinas de Confecção de Arpilleras*

Segunda, 19 de outubro, na Biblioteca Latino - Americana (Auditório)

9h – 17h - Seminário “Mulheres em Luta: Bordando a Resistência”*

Quinta, 22 outubro, na Biblioteca Latino - Americana (Auditório)

9h – 17h - Seminário “Modelo Energético Brasileiro: Atualidades e Desafios”*
19h - Ato de Encerramento e Agitação Cultural (Salão de Atos Tiradentes)

Domingos, às 18horas, na Praça Cívica

Cine Sem Teto (cine debates a céu aberto)

4 de outubro - Arpilleras: Bordando à Resistência, “Como Alitas de Chincol” (Vivianne Barry, Artemia Films, 2002)
“Retazos de Vida: Arpilleras Chilenas” (Gayla Jamison, 1993)
“Hilos que unen” (Gayla Jamison, 2014)
Teaser: “Arpilleras: bordando à resistência” (MAB, 2015)

18 de outubro: Resistências e Lutas dos/as atingidos/as por Barragens

“Guapiaçu: um Rio (de Janeiro) Ameaçado” (MAB, 2015)
“Garabi Panambi: a última batalha do rio Uruguai” (MAB, 2015)

25 de outubro: A questão Energética na Amazônia

“Ameaça à Volta Grande do Xingu” (MAB, 2014)
“As contradições do Complexo Tapajós” (MAB, 2013)

*Necessária inscrição prévia

Serviço | Exposição "Arpilleras: bordando a resistência"

Quando: de 25 de setembro a 25 de outubro de 2015
Onde: Memorial da América Latina, localizado ao lado do metrô Barra Funda, São Paulo – SP.