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“Ser quilombola é bom demais”, depoimento de Ivone Carvalho de Jesus


 

Ivone Carvalho de Jesus, da comunidade remanescente Quilombo de Saracura, tem 17 anos de movimento. Engajada na luta quilombola pela terra, Dona Ivone acredita que o principal desafio do movimento é mesmo a titulação do território. Ao contar um pouco da trajetória da Federação, que começou como comissão, depois associação e por fim, Federação, ela destaca que o trabalho ficou muito maior: “Nós temos mais poder de lutar contra os opressores que vem pra cima de nós por causa do apoio. É preciso, porque se não tiver pessoas, não tem movimento, e se não tiver movimento, não temos nada”.

Em entrevista à reportagem da série especial quilombola Na raça e na cor, Dona Ivone falou sobre a luta pela terra e a importância da titulação quilombola, as conquistas do movimento e seu histórico de militância, a organização das mulheres quilombolas, o racismo e machismo. Ela conta que ataques e xingamentos à condição de negras e negros e à condição quilombola são sempre frequentes: “A gente vê muita coisa de racismo”. Lembrando do que já escutou, ela se preocupa com o impacto desses estereótipos na educação das crianças quilombolas, pois o racismo está presente nas salas de aula: “É muito ruim isso porque as crianças chegam a ponto de dizer pra gente que não querem ir [para a escola]”.

Sobre a militância quilombola e a auto-organização de mulheres, ela acredita que é bom “pra ir aprendendo o que é melhor pra todos, e se mais mulheres começarem a participar, as comunidades vão avançar muito. Porque não é só os homens que lutam, não, as mulheres também, então elas têm que se organizar pra poder entrar pra luta”, declara. Assista:

 



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Ações: Quilombolas
Eixos: Terra, território e justiça espacial