O que é Crédito de carbono ou REDD+?
REDD+ é a sigla usada para as estratégias de redução das emissões de gás carbônico (CO2) por desmatamento e degradação. É parte de um acordo entre os países que criou uma moeda para pagar os serviços daqueles que mantêm as florestas em pé e funcionando para sumir com o carbono do ar. A ideia é boa, mas a prática prejudica países do Sul Global (como o Brasil) e, principalmente, povos e comunidades tradicionais, por vários motivos:
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Transfere a responsabilidade de redução de emissão dos gases de efeito estufa dos maiores poluidores para os maiores preservadores
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Dá direito aos países e empresas ricas de pagarem para continuar poluindo, sem grandes consequências caso não adotem outras ações de redução
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Favorece países que conseguem comprar crédito de carbono, gerando desigualdades e impactos negativos nas economias daqueles que não têm essa capacidade
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Os projetos voluntários (feitos entre as comunidades e as empresas) costumam exigir áreas acima de 10 mil hectares, duram em média 30 anos e tiram a autonomia do uso dos territórios. Esses projetos trazem riscos para as comunidades porque não são regulamentados (não estão definidas as regras do seu funcionamento)
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Os projetos jurisdicionais (feitos entre o governo e as empresas) podem exigir áreas ainda maiores, também duram cerca de 30 anos e, além de retirarem autonomia territorial, muitas vezes não repassam de forma justa os benefícios às comunidades
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A moeda crédito de carbono pode ser objeto de especulação, com valores baseados em estimativas pouco confiáveis de desmatamento ou degradação evitados.
Eixos: Política e cultura dos direitos humanos
