“O modo de produção capitalista é a causa principal da crise climática crescente”, destaca Cúpula dos Povos
Documento com reivindicações foi entregue ao presidente da COP30, André Lago, e ministras Sônia Guajajara, Marina Silva e Guilherme Boulos

A Cúpula dos Povos, evento autônomo dos povos e organizações e realizado em paralelo à Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), afirma, em declaração publicada neste domingo (16), que é o modo capitalista o responsável pela crise climática, com centralidade para a atuação das empresas transnacionais.
“Os principais problemas ambientais do nosso tempo são consequência das relações de produção, circulação e descarte de mercadorias, sob a lógica e domínio do capital financeiro e das grandes corporações capitalistas”, destaca um trecho do documento.
A declaração foi entregue ao embaixador da COP, André Correia do Lago, a diretora executiva da COP, Ana Toni, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos. O embaixador se comprometeu a entregar o documento, nesta segunda-feira (17), aos países em agenda oficial. Também foi entregue a carta das crianças às autoridades.
Na declaração a Cúpula destaca ainda os impactos mais intensos da crise climática para comunidades periféricas, a rejeição a falsas soluções, o fracasso do atual modelo de multilateralismo e a violação dos interesses populares pela privatização, mercantilização e financeirização dos bens comuns e serviços públicos, entre outros pontos. “Não há vida sem natureza”, destaca.
Como caminho para enfrentamento da crise climática a Cúpula dos Povos defende o enfrentamento às falsas soluções de mercado, a garantia da participação e protagonismo dos povos na construção de soluções climáticas e demarcação e proteção das terras e territórios indígenas e de outros povos e comunidades locais, entre outras medidas.
Acesse a Declaração da Cúpula dos Povos
Acesse a Carta da Cúpula das Infâncias
A Cúpula dos Povos reuniu ao longo dos dias 12 a 16 de novembro cerca de 70 mil pessoas, de representações de 1.300 movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, trabalhadores rurais e urbanos, além de coletivos e organizações dos cinco continentes.
Eixos: Política e cultura dos direitos humanos
