8M: Mulheres que alimentam a resistência 

08/03/2021
Assessoria de comunicação Terra de Direitos

Organizadas em torno de movimentos ou comunidades, as mulheres têm desempenhado um papel fundamental em garantir alimentos em um  momento onde a fome volta a assombrar as famílias brasileiras.

A experiência da fome e da redução severa de alimentos - especialmente entre crianças e população idosa - cada vez se faz mais presente nos domicílios, nas comunidades e a quem tem as ruas como lugar de pouso. Se nos anos de 2017 e 2018 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística já apontava um cenário alarmante de 3,1 milhões de lares em insegurança alimentar (4,6%  do total dos domicílios), com os impactos da pandemia e o abandono do Estado, a fome passou a ser companheira diária para outros tantos milhões de brasileiras e brasileiros. 

O governo não apresentou, até o momento, uma resposta coordenada e abrangente do poder público em resposta à crise da fome. Pelo contrário: tem acumulado ações de negação à uma assistência básica para a população, especialmente as mais vulneráveis, como o veto ao auxílio emergencial para agricultores familiares e a proposta de retomada de um auxílio emergencial de apenas 150 reais - que corresponde a nem ¼ do valor médio da cesta básica. Enquanto isso, o preço dos alimentos corrói a renda já debilitada da população. Só no ano passado, os alimentos, principal gasto das famílias mais pobres, tiveram alta de 15,53%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação em domicílios com renda de até cinco salários mínimos.

Neste cenário de imposição de uma normalização da fome, têm sido as comunidades, movimentos sociais e organizações sociais que buscam amenizar e atender esse direito tão essencial - da alimentação. À frente de muitos deles estão as mulheres - na produção de alimentos, na organização popular para distribuição e assistência, na reivindicação ao poder público para o reconhecimento dos invisibilizados e para cumprimento do papel do governo, na organização das refeições.

No especial da Terra de Direitos deste ano para o Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 08 de março, contamos um pouquinho da atuação de quatro iniciativas distribuídas pelo Brasil que tem a efetivação do direito à alimentação como horizonte. São ações conduzidas por mulheres, com apoio de homens e que beneficiam a todos. Vamos conhecer um pouco da produção de alimentos que compõem cestas agroecológicas distribuídas em Santarém (PA), a cozinha comunitária da Ocupação Nova Esperança, em Campo Magro (PR), a distribuição de mudas crioulas no litoral do Paraná e o plantio na Serra do Espinhaço (MG). 

 

Clique nas imagens e conheça cada experiência: