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Produção e troca que alimentam a comunidade - Quilombo de Raiz (MG)


Especial 8M: Mulheres que alimentam a resistência

É a partir do trabalho coletivo de mulheres de 31 famílias que a alimentação é garantida no Quilombo de Raiz, no município de Presidente Kubitschek, situado na porção meridional da Serra do Espinhaço - Minas Gerais. A força de vontade e o reconhecimento do valor da terra para a segurança alimentar são propulsores dos quintais produtivos da comunidade. Lá tudo que é plantado entre as famílias serve para alimentação e sustento financeiro da comunidade. 

Erci Alves tem 36 anos e conta que desde pequena aprendeu a plantar, colher e participar das feiras da região. Ela relata que  foi “ensinada a cuidar da Terra e passa isso adiante”. 

“Todas as mulheres do quilombo participam dessa prática de plantar. As plantações funcionam nos quintais das casas e na roça da comunidade. A gente produz milho, feijão, hortaliças e frutas. E só não plantamos mais porque a gente não tem muito espaço, mas com um pequeno espaço a gente planta um pouquinho de tudo”, relata a quilombola.

Trabalho coletivo das mulheres quilombolas garante que haja alimentos para famílias do Quilombo de Raíz.

O trabalho intenso de garantir alimento na mesa de todos da comunidade é árduo. Vai desde o cuidado na hora de plantar até a colheita. Erci, ao relatar a experiência, mostra como é possível unir economia e sustentabilidade.

“Esses alimentos servem para troca entre as famílias, e também para a venda em feiras que garantem renda para as famílias da comunidade. E com o dinheiro que a gente ganha com essa produção de alimentos a gente compra o que a comunidade não consegue produzir, como por exemplo, arroz, macarrão e carne”, conta.

Com a pandemia de covid-19 e a necessidade de distanciamento social, a importância dos quintais produtivos tomam um valor ainda maior na comunidade. Erci conta que “a necessidade de ficar em casa para proteger a vida, e a pausa nas feiras tira a renda dessas mulheres que é a principal forma de manter suas famílias”. Mas também reforça que foi graças às plantações que o quilombo tem vencido a fome que a pandemia trouxe novamente para o país. 

“Eu tenho dois filhos e ensino para eles a importância da segurança alimentar. Em momentos como esse que estamos vivendo [pandemia] eles precisam saber de onde vem o alimento e o que eles estão comendo. A gente ensina pra eles cuidar e proteger da terra”, enfatiza a quilombola. 

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Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar

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