MST divulga nota sobre possibilidade de despejo no acampamento na madeireira Araupel
Terra de Direitos
Fonte: assessoria de comunicação do MST/PR
Fotos: Joka Madruga
Cerca de 3 mil famílias Sem Terra do Acampamento Herdeiros da Luta 1° de Maio, localizada entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu/PR, estão sob ameaça de despejo. Meios de comunicação da região divulgaram a informação de que o governador Beto Richa (PSDB) teria assinado a ordem de despejo antes do término das eleições, e de será cumprida nesta quarta-feira (29).
A área, ocupada no dia 1º de maio deste ano, pertence a madeireira Araupel, que atua principalmente na exportação de madeira de floresta nativa e de madeiras plantadas. Segundo os Sem Terra, a área de aproximadamente 35 mil hectares foi grilada pela empresa. As família acampadas cobram a desapropriação para fins de Reforma Agrária. O Instituto de Colonização e Reforma Agrária - Incra contesta o título de propriedade da área desde 2004.
Em nota, a direção do MST na região lembra do acordo firmado entre o Movimento, Incra e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, que garante a permanência das famílias na área até que se esclareça se as terras são griladas ou não. "O MST e as famílias acampadas acreditam que o INCRA, o governo do estado e demais órgãos responsáveis resolverão a questão sem conflitos, com base no diálogo, garantindo que todas as famílias possam ser assentadas".
Confira a nota:
NOTA PÚBLICA DO MST
28 de outubro de 2014
O MST vem a público, diante das informações veiculadas por alguns meios de comunicação da cidade de Quedas do Iguaçu, afirmando que o governador reeleito Beto Richa (PSDB) já havia assinado a ordem de despejo do Acampamento Herdeiros da Terra de 1º de Maio para o dia 29 de outubro, esclarecer que:
As famílias assentadas e acampadas decidiram reforçar a vigilância próxima ao acampamento, tendo em vista garantir a segurança das famílias.
Acreditamos que o acordo selado entre o Incra, Secretaria de Segurança Pública do Paraná e o MST será cumprido, visto que este acordo garante que as famílias permanecerão na área até o levantamento da cadeia dominial da mesma, que se diz da Araupel. Neste acordo a empresa pode trabalhar normalmente e retirar a madeira que possui.
O MST e as famílias acampadas acreditam que o Incra, o governo do estado e demais órgãos responsáveis resolverão a questão sem conflitos, com base no diálogo, garantindo que todas as famílias possam ser assentadas.
Por fim, a Reforma Agrária é uma questão social e não deve ser tratada como caso de polícia.
Direção Estadual do MST, Rio Bonito do Iguaçu.
Ações: Conflitos Fundiários, Empresas e Violações dos Direitos Humanos
Eixos: Terra, território e justiça espacial