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“Não é fácil viver sendo pressionada por pessoas que têm dinheiro, só porque a gente não tem”


Osvalinda“Não é fácil viver sendo pressionada por pessoas que têm dinheiro, só porque a gente não tem”, relata Osvalinda Pereira, trabalhadora rural, durante o debate sobre criminalização de movimentos sociais e ameaças contra defensores de direitos humanos, no seminário Regional sobre Direitos Humanos e Defesa dos Territórios, em Santarém/PA.

Por ser uma liderança ativa na comunidade, que pratica e incentiva a agriculta sem agrotóxicos e uso de fogo, Osvalina vive sob ameaça de morte por madeireiros e fazendeiros. Ela é moradora do Projeto de Assentamento (PA) do Incra, localizado nas proximidades da BR 163, região de grande biodiversidade, onde a riqueza da floresta atrai fortes interesses comerciais privados.

Por dentro do PA passa a estrada que leva toda a madeira derrubada ilegalmente da Resex. Durante o ano 2012, mais de 130 quilômetros de estradas ilegais foram abertos e aproximadamente 3.300 hectares estariam atualmente sob exploração direta dos grupos madeireiros, segundo pesquisa do Instituto Socioambinetal (ISA).

O contexto conflituoso já fez uma vítima fatal: João Chupel Primo foi executado com um tiro na cabeça no dia 22 de outubro de 2011, dois dias depois de ter denunciado a diversos órgãos públicos o esquema de extração ilegal de madeira em unidades de conservação da região da BR-163 e da Terra do Meio. Ao todo, pelo menos 15 assassinatos foram cometidos na região entre 2010 e 2012 por conflitos pela posse da terra e controle da madeira.

Osvalinda é uma das 11 defensoras que estão na campanha Linha de Frente. Confira:https://www.facebook.com/campanhalinhadefrente

Leia mais sobre o seminário:

18/07/14 - Modelo de desenvolvimento é tema de encontro de movimentos sociais e povos tradicionais no Pará
18/07/14 - Disputa pela terra está no centro dos conflitos na Amazônia



Ações: Defensores e Defensoras de Direitos Humanos

Eixos: Terra, território e justiça espacial