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Presos em Rondon do Pará dois homens que teriam sido contratados pelo fazendeiro Décio José Barroso para matar sindicalista Maria Joel


Ontem, 24.04.07, a Senhora Maira Joel, foi procurada por um senhor, cujo nome agora se sabe ser LUIZ GONÇALVES DA SILVA, que lhe disse ter sido contratado por um fazendeiro daquele município para matá-la, e que lhe diria o nome desta pessoa se a sindicalista lhe passasse uma certa quantia em dinheiro para poder ir embora de Rondon do Pará. Justificou que precisava do dinheiro para ir embora porque se não matasse Maria Joel e permanecesse na cidade, quem morreria seria ele. Ficou marcado para Luiz retornar ao sindicato hoje pela manhã. Maria Joel procurou a Delegada Daniele de Souza Prazeres, que ontem se encontrava em Rondon, e lhe relatou o que havia acontecido, tendo sido orientada pela delegada a conversar com Luiz e dá-lhe o dinheiro solicitado. A própria polícia forneceu a quantia para que a sindicalista desse ao referido senhor. Na manhã de hoje, 25.04.07, por volta das 8:00h, Luiz Gonçalves, acompanhado de um outro homem, de nome Antonio de Jesus, retornou ao Sindicato, onde, em conversa com Maria Joel, disse que foi contratado pelo fazendeiro Delsão para matar a sindicalista. Toda conversa foi presenciada e gravada por um dos policiais que fazem a segurança de Maria Joel. Na saída do sindicato Luiz Gonçalves e Antonio de Jesus foram presos e se encontram recolhidos na Delegacia da Polícia Civil de Rondon do Pará. A Secretaria de Segurança Pública já enviou a Rondon do Pará o Delegado Silvio Maués para investigar o caso, e, por medida de segurança, os presos deverão ser transferidos ainda hoje para Belém. Maria Joel é viúva do sindicalista José Dutra da Costa, o "Dezinho", que foi assassinado em 21.11.2000, cujo denunciado como mandante do crime é também o fazendeiro Décio José Barroso Nunes, que foi impronunciado pelo Juiz Haroldo Silva da Fonseca, da Comarca de Rondon do Pará, a partir do requerimento da Promotora do caso, Drª Lucinery Helena Resende Ferreira. Tanto a promotora quanto o Juiz, argumentaram que não havia provas suficientes nos autos para a pronúncia do fazendeiro, para isso, buscaram desqualificar o depoimento das principais testemunhas. Argumentos contestados, com apresentação de provas, pelos advogados da assistência de acusação, que recorreram da impronúncia. Vale ainda destacar que Magno Fernandes, uma das principais testemunhas no processo que apura o assassinato de Dezinho, foi assassinada pouco mais de um ano depois que Dezinho foi morto, tudo levando a crer tratar-se de mais uma forma utilizada pelos mandantes da morte de Dezinho de calar, covardemente, as testemunhas e garantir a impunidade de seus crimes. Uma outra testemunha no processo, Francisco Martins, encontra-se no PROVITA - Programa de Proteção à Vítimas e Testemunhas, por estar sob graves ameaças de morte. A sindicalista Maria Joel já está sendo ameaçada de morte há bastante tempo, e se encontra sob proteção policial vinte e quatro horas por dia. Espera-se que depois deste último acontecimento, haja uma séria investigação e que os envolvidos sejam responsabilizados.Marabá, 25 de abril de 2007. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará. Federação dos Trabalhadores na Agricultora do Estado do Pará - FETAGRI. Comissão Pastoral da Terra - Diocese de Marabá. Autor/Fonte: Várias entidades



Ações: Defensores e Defensoras de Direitos Humanos

Eixos: Democratização da justica e garantia dos direitos humanos