Entre os dias 2 e 3 de setembro, foi realizada em Brasília a oficina preparatória ‘De onde brotam as sementes’, promovida pela Terra de Direitos em conjunto com a Articulação Pacacari, GT-Biodiversidade e Movimento dos Pequenos Agricultores/Via Campesina, para discutir temas que devem ser levados à Convenção da Diversidade Biológica (CDB). A CDB, que é um tratado da Organização das Nações Unidas, é um dos mais importantes fóruns de discussão internacional relacionado ao meio ambiente, e será realizada em outubro na Coréia do Norte.

Além de servir de atividade formativa para as discussões que serão levadas ao evento de outubro, como a livre utilização de sementes e a preservação do conhecimento tradicional, a oficina também permitiu o posicionamento da sociedade civil, organizações de direitos humanos e movimentos sociais em relação aos assuntos que devem ser tratados nos protocolos da CDB.

Segundo a integrante da Articulação Pacari, Lourdes Laureano, agricultores familiares, raizeiras, parteiras e benzedeiras são exemplos de grupos que trabalham com o conhecimento tradicional do uso da biodiversidade, e a utilizam de forma sustentável. Alguns grupos, inclusive, utilizam essas tradições também no tratamento de questões de saúde. “Para proteger esse conhecimento através do uso, a biodiversidade precisa ser mantida”, aponta.

Segundo o coordenador da organização de Direitos Humanos Terra de Direitos, Fernando Prioste, a oficina resultou em uma carta, que deve ser entregue ao governo brasileiro, para pautar a atuação do país na CDB. “A carta pede que o governo proteja os conhecimentos tradicionais, e incentive as comunidades a continuar usando esses conhecimentos como forma de proteção da biodiversidade", explica.

Confira aqui a reportagem produzida no ‘Seu Jornal’ da TV dos Trabalhadores, falando sobre a oficina.
A matéria pode ser assistida a partir dos 4 minutos.