Linha do tempo da Covid-19: luta de indígenas e quilombolas pela vida
Assessoria de comunicação Terra de Direitos
A resistência para garantir proteção aos povos diante da pandemia.
Neste sábado, 08 de agosto, o país alcança a trágica marca de mais de 100 mil mortos e quase 3 milhões de infectados pela Covid-19. Isso sem mencionar o enorme contingente de perdas fatais e pessoas infectadas não notificadas. Entre os números visíveis e invisíveis, são os corpos da população negra, periférica, dos povos quilombolas, de indígenas e de povos e comunidades tradicionais que têm sofrido mais intensamente a letalidade da doença. Os números não são piores porque organizações sociais e movimentos populares atuam intensamente para garantir maior proteção à estas populações vulneráveis e tem desempenhado, à um alto custo, o papel que é de responsabilidade do Estado.
Passado mais de cinco meses de registro do primeiro caso da doença no país, o Estado brasileiro não elaborou até o momento um plano integrado de ações para conter a pandemia e proteger as populações mais vulneráveis à crise epidemiológica e a falência do modelo econômico e social. Comunidades quilombolas e povos indígenas, umas das populações mais vulneráveis, tem buscado resistir ao avanço da pandemia por meio do apoio mútuo entre comunidades e povos, iniciativas solidárias, auxílio de organizações e movimentos e ações internas de autoproteção, entre outras medidas.
Na linha do tempo da manifestação da Covid-19 em quilombolas e indígenas a Terra de Direitos resgata, mês a mês, algumas das ações de resistência à pandemia e de omissão pelo poder público. Destacamos também o avanço da doença nestas populações, com dados compilados por organizações de defesa dos direitos humanos. O Estado brasileiro não tem organizado e reunido informações sobre a Covid em povos indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais.
A ausência de dados consolidados e de seu uso pelo poder público na orientação da gestão da crise epidemiológica e social é mais uma evidencia do racismo institucional do Estado, do não desenvolvimento de ações de contenção da pandemia para as realidades específicas destes povos. À todas estas violências, indígenas e quilombolas buscam resistir.
Vidas Quilombolas Importam!
Vidas Indígenas Importam!