No dia da terra, centenas de atores sociais de todo mundo reivindicam responsabilidade ecológica
Assessoria de comunicação Terra de Direitos
Em contexto de emergência da saúde, coletivo defende em manifesto uma relação de compromisso e respeito com a terra
No Dia Mundial da Terra, celebrado nesta quarta-feira (22), centenas de pessoas, organizações sociais e assembleias populares defendem, em manifesto, o que nomeiam de “uma nova Democracia da Terra”.
No documento assinado pela Terra de Direitos, o coletivo destaca uma estreita interconexão entre a crise epidemiológica global do coronavírus e a uso mercantilizado da terra. “A emergência de saúde que estamos enfrentando como uma comunidade global está conectada à emergência de saúde que a Terra está enfrentando: sua degradação constante, a extinção e desaparecimento de espécies e a emergência climática”, aponta um trecho. O documento cita o uso intensivo de agrotóxicos em plantações e impactos, entre outras, de práticas como fraturamento hidráulico ou “fracking”, da mineração e a queima do carbono fóssil.
“A ciência nos informa que, quando invadimos os ecossistemas florestais, destruímos os habitats das espécies e manipulamos plantas e animais para obter lucro, criamos as condições para o surgimento de novas epidemias”, destaca a introdução do material, em diálogo com a conjuntura. “Nos últimos 50 anos, surgiram pelo menos 300 novos patógenos. Existem muitos documentos mostrando que cerca de 70% dos patógenos humanos, incluindo o HIV, o Ebola, a Gripe, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS – Sigla em Inglês) e a Síndrome Respiratório Aguda Severa (SARS – Sigla em Inglês) surgiram quando os ecossistemas florestais foram invadidos e os vírus passaram dos animais para os humanos”, exemplificam.
Em resposta à atual conjuntura, exemplar do uso inadequado e exploratório da terra, o conjunto de organizações defende a existência de práticas e sistemas que valorizam saberes tradicionais e respeitem a biodiversidade.
“Uma resposta holística e integrada à emergência de saúde é fazer uma transição do paradigma intensivo em combustíveis fósseis, de comércio globalizado e ampla pegada ecológica, para sistemas ecológicos locais, que valorizam a biodiversidade, com produção e distribuição de alimentos para curar a Terra e curar nós mesmos como parte da Terra”, argumentam o coletivo de assinantes.
Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar
Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar