BOLETIM ESPECIAL: Seminário internacional "10 anos de transgênicos no Brasil"
Terra de Direitos
Transgênicos no Brasil:
10 anos de promessas não cumpridas
>> Confira aqui a carta final do Seminário Internacional “10 anos de Transgênicos no Brasil”
01/11/13 - Os diferentes sotaques e idiomas presentes no Seminário Internacional “10 anos de Transgênicos no Brasil” ressoaram a mesma avaliação: a entrada dos transgênicos na agricultura não resolveu o problema da fome no mundo e fez disparar o uso de agrotóxicos, contrariando promessas usadas como argumento para a liberação das sementes geneticamente modificadas. E mais: pouco a pouco o Brasil perde a soberania sobre a agricultura e os agricultores perdem autonomia, tornando-se reféns das transnacionais da industria agroalimentar.
Durante quatro dias, de 21 a 24 de outubro, mais de 100 pessoas estiveram reunidas em Curitiba/PR para debater os impactos sociais, ambientais, econômicos dos transgênicos. O encontro resultou em um conjunto de propostas de ações conjuntas e no fortalecimento da articulação entre as organizações, movimentos sociais e pesquisadores. Participaram do seminário organizações do Brasil, Chile, Equador, Argentina, Paraguai, Uruguai, México, Filipinas, França e Estados Unidos.
Dados apresentados ao longo do encontro indicam um aumento exponencial no uso de agrotóxicos após a liberação das sementes transgênicas. Segundo o representante da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, Asdrúbal de Carvalho Jacobina, o uso de agrotóxicos cresceu 345% na agricultura brasileira nos últimos 12 anos. O intensivo consumo de veneno no cultivo de grãos para a exportação coloca o Brasil no topo das estatísticas de consumo de agrotóxicos no mundo.
As consequências à saúde humana já são comprovadas em estudos. Andrés Carrasco, embriologista, pesquisador vinculado à Universidade de Buenos Aires, Argentina, apresentou pesquisa desenvolvida na região do Chaco argentino, território de monocultivo de soja transgênica, onde houve aumento de 400% nos casos de malformações neonatais nos últimos 10 anos. As pesquisas indicam que a causa do problema pode estar relacionada ao uso do principal herbicida utilizado nas plantações transgênicas, o glifosato/roundup.
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>> Acesse aqui o artigo elaborado como subsídio para o seminário
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Lobby para liberação dos transgênicos é dos mais fortes da Europa
05/11/13 - Diferente do cenário de liberação das sementes transgênicas na América Latina, na Europa, apenas dois transgênicos têm cultivo autorizado. Para Arnaud Apoteker, representante dos Verdes no Parlamento Europeu, a pressão das transnacionais da biotecnologia e agroquímicos para a liberação é das mais fortes da Europa, mas não se compara com o lobby feito no Brasil.
Segundo Apoteker, entre os fatores importantes para a resistência está a pluralidade de informações que circulam na mídia, o oposto da situação brasileira: “A sorte que temos na Europa é que os meios de comunicação são mais variados que aqui [no Brasil], temos mídias de diversas tendências políticas, sociais”.
Arnaud Apoteker participou do seminário internacional “10 anos de Transgênicos no Brasil”, realizado de 21 a 24 de outubro, em Curitiba/PR.
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Ex-integrantes do governo Lugo avaliam papel de transnacionais dos transgênicos no golpe de estado
04/11/13 - Assim como a maioria dos países latino-americanos, o Paraguai vive sobre forte pressão das transnacionais donas das patentes de sementes transgênicas e de agrotóxicos. Desde a liberação dos Organismos Geneticamente Modificados – OMGs no país, o uso da transgenia aumenta a cada ano e se tornou a base da economia: atualmente a soja transgênica ocupa cerca de 3,4 milhões de hectares do território paraguaio.
Os paraguaios Oscar Rivas e Miguel Lovera participaram do seminário internacional “10 anos de Transgênicos no Brasil” e trouxeram relatos sobre os impactos dos transgênicos no país. Ambos atuaram diretamente no governo Fernando Lugo: Rivas foi Ministro da Agricultura e atualmente integrante da organização Sobrevivência, e Lovera presidiu o Servicio Nacional de Calidad Vegetal y de Semillas, hoje é professor do Centro de Estudios e Investigaciones de Derecho Rural y Reforma Agraria (CEIDRA) da Universidad Católica “Nuestra Señora de la Asunción”.
>> Confira a entrevista aqui
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Cenário mundial dos transgênicos reforça necessidade de resistência por parte de movimentos e organizações sociais
05/11/13 - O debate sobre os transgênicos na geopolítica global marcou o segundo dia do Seminário Internacional “10 anos de transgênicos no Brasil”, que aconteceu entre os dias 21 e 24 de outubro. Representantes de países da América Latina, América do Norte, Ásia e Europa apresentaram um panorama da evolução do cultivo de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e o que vem sendo feito para resistir ao avanço dos transgênicos.
“A América Latina é um paraíso dos cultivos transgênicos, especialmente na região sul”, afirmou Elizabeth Bravo, pesquisadora de Saúde Coletiva, Ambiente e Sociedade da Universidade Andina e integrante da organização Accion Ecologica, do Equador. O primeiro país latino-americano a adotar a tecnologia dos transgênicos foi a Argentina. O país é responsável por 15% dos cultivos no mundo, com 23,9 hectares de áreas cultivadas.
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Conab aponta aumento de 345% no uso de agrotóxicos nos últimos 12 anos
24/10/13 - O aumento expressivo do uso de agrotóxicos é um dos principais resultados da liberação dos transgênicos no Brasil. Pesquisa apresentada pelo representante da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, Asdrúbal de Carvalho Jacobina, durante o Seminário Internacional “10 anos de Transgênicos no Brasil”, aponta que o uso de agrotóxicos cresceu 345% na agricultura brasileira nos últimos 12 anos.
Em todas as localidade pesquisadas pela Conab o número de aplicações de agrotóxicos subiu em média 10% em cada plantio, passando de 22,2 para 24,5 aplicações. A monocultura de soja transgênica está entre as quais houve maior crescimento de aplicações de agrotóxicos, em média 18%. O uso de fungicidas cresceu 80% e de herbicida entorno de 100% no número de aplicações.
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Dez anos de transgênicos no Brasil: primeiro dia de debates traz balanço crítico da liberação dos “OGMs” no país
22/10/13 - O objetivo do seminário é debater criticamente as consequências da liberação dos transgênicos e fortalecer modelos alternativos de agricultura. Os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) estão há uma década na agricultura e na mesa dos brasileiros, com muitas controvérsias sobre os riscos sociais, políticos, ambientais, econômicos e à saúde humana.
Na abertura do encontro foi realizada uma homenagem ao agricultor sem terra Valmir de Oliveira Mota, o “Keno”, que foi assassinado no dia 21 de outubro de 2007 por seguranças da empresa Syngenta.
Dados apontam crescimento dos transgênicos no país Larissa Packer, pesquisadora em biodiversidade, apresentou alguns dados que mostram o crescimento dos OGMs desde sua liberação. Segundo ela, 60% do território brasileiro, que tem 850 milhões de hectares, são ocupados por florestas; 67 milhões de hectares estão semeados, dos quais destes 37 milhões com transgênicos.
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Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar
Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar