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CTNBio discute aprovação de arroz transgênico nesta quinta-feira


visao_aerea_arrozRSA Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio irá discutir a liberação do arroz transgênico Liberty Link, da empresa Bayer, durante as reuniões setoriais nesta quarta-feira (23) e na reunião plenária na quinta-feira (24) em Brasília. A decisão é temida por diversos setores brasileiros entre produtores de arroz, ambientalistas e consumidores, já que esta seria a primeira liberação comercial de arroz transgênico no mundo.

Durante a reunião plenária deverão ser apresentados os relatórios técnicos sobre o arroz. O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na CTNBio, Dr. Leonardo Melgarejo, é o responsável pelo relatório consolidado do processo de liberação. Apesar de ainda caber pedido de vistas por qualquer dos membros da Comissão, o que jogaria a discussão para a próxima reunião plenária (14/07), é possível que haja manobras para forçar a aprovação do arroz transgênico no país.

Além de ser alimento base da população brasileira e consumido in natura, os riscos de contaminação pelo arroz transgênico são altíssimos e já sofridos por agricultores nos Estados Unidos, onde a Bayer foi condenada quatro vezes e teve que desembolsar mais de 50 milhões de dólares para cobrir os danos causados. A contaminação significa perdas significativas para o setor produtivo, já que esse arroz não é comercializado em nenhum outro país do mundo. Por essas questões a Empraba e as entidades de produtores de arroz Federarroz, Farsul e Irga são contrários à liberação e se articulam para barrar uma possível votação nesta quinta-feira.

Outro perigo iminente é o aumento do consumo de agrotóxicos, já que o arroz LL da Bayer é desenvolvido especificamente para resistir às aplicações do herbicida glufosinato de amônio, utilizado para combater as ervas daninhas. Isto significa que a planta e o grão de arroz absorvem o agrotóxico sem morrer, o que conseqüentemente, aumentará o consumo de veneno pelo corpo humano. A Autoridade Européia em Segurança Alimentar (EFSA, em inglês) avaliou que a substância provoca nascimentos prematuros, morte intra-uterina e abortos em ratos de laboratório.

Apesar destes e outros diversos problemas levantados pela comunidade científica e pela sociedade civil durante audiência pública realizada em março de 2009, a empresa Bayer não respondeu às diversas questões e a CTNBio indica que mesmo assim irá colocar na pauta de votações a liberação do arroz. Pela falta de transparência e publicidade que vem caracterizando a CTNBio, diversas organizações da sociedade civil encaminham hoje (23) uma Carta Pública à Ministra Erenice Guerra, Presidente do Conselho Nacional de Biossegurança - órgão composto por 11 ministros de estado - para que aprecie e se posicione contrário à liberação do arroz transgênico no Brasil.

Leia a carta da sociedade civil para o CNBS

Leia o documento produzido pelas organizações contrárias à liberação

Mais informações:

Terra de Direitos – Larissa Packer: 41 9934-6660/ 41 3232-4660

AS-PTA – Gabriel Fernandes: 21 8124-0095

IDEC – Andrea Lazzarini: 11 8298-3322

www.terradedireitos.org.br



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