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Curitiba faz ação pelo fortalecimento de Defensores de Direitos Humanos


IMG_0549_TERRA DE DIREITOS-Ato Linha de Frente_Foto- Leandro TaquesAlém dos depoimentos e falas de militantes de direitos humanos, música, vídeo e graffiti entraram em cena para fortalecer e dar visibilidade à luta de defensores de direitos humanos.

Fotos: Leandro Taques

Painéis mostravam rostos comuns, de todas as cores, traços marcados de 11 defensores de direitos humanos de todo o Brasil que vivem ameaçados por questionar as injustiças. Ressoava longe as músicas sobre a realidade atual, em letras em apoio à luta feminista ou que apresentavam o sonho de uma jovem por melhores condições de vida. Nos traços rápidos do spray, o graffiti revelava a figura inspirada no líder Raoni Metuktire, da etnia Caiapó.

GraffitiEste foi o cenário da ação que tomou a Boca Maldita, no Centro de Curitiba, nesta segunda-feira (16), apresentando a campanha “Linha de Frente: Defensores de Direitos Humanos”. O ato reuniu mais de 300 pessoas para denunciar a violência contra aqueles que lutam por direitos, especialmente a homofobia praticada por países como Irã e Nigéria, ambos com pena de morte para homossexuais. As duas seleções estrearam na Copa do Mundo poucas horas após o ato, na Arena da Baixada.

O ativista Márcio Marins, integrante da organização Dom da Terra Afro LGBT e da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais – ABGLT, representa Curitiba no time da Linha de Frente. Ele falou sobre a luta contra o machismo, o racismo, a transfobia, a lesbofobia e a homofobia, frisando a grande violência cometida no país. "O Brasil não é um dos países que prevêem pena de morte para homossexuais, mas é o país que mais mata no mundo. São 336 homicídios ligados à homofobia notificados apenas em 2013", mencionou.

A paranaense Indianara Siqueira, presidente do grupo Transrevolução, veio do Rio de Janeiro, onde vive atualmente, para participar da ação da campanha Linha de Frente. Ela é ativista desde os anos 90 pelos direitos das pessoas trans e das prostitutas. “Não somos contra o povo destes países, nem contra as seleções ou os jogadores, mas somos contra a prática da homofobia e é por isso que lutamos", diz a militante sobre o Irã e a Nigéria.

Integrantes da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e do Sindiquímica – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná também apresentaram seus contextos de luta e as dificuldades enfrentadas para atuar na defesa de direitos.

A parede da tenda montada na praça virou tela para a exibição de vídeos produzidos pelo coletivo Mídia Ninja, com relatos dos defensores apresentados na campanha. A animação do ato ficou por conta no grupo LPJ'MCs, formado por cinco jovens que compõem letras ligadas à luta popular.

Continuidade da campanha

A campanha ocorre simultaneamente à Copa do Mundo, por iniciativa das organizações Terra de Direitos, Justiça Global e Front Line Defenderes, e tem como objetivo chamar a atenção da opinião pública para as sistemáticas violências sofrida por defensores de direitos humanos. Estão previstas ações no Rio de Janeiro/RJ, para denunciar as violações comedidas em megaeventos, e em Fortaleza/CE durante os encontros dos BRICS, marcado para 16 de julho.

Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos, ressaltou a atuação das pessoas que sofrem ameaças para garantir direitos fundamentais à população. "A campanha não quer promover 11 pessoas, e sim as violações de direitos que elas denunciam diariamente".

Segundo a coordenadora da Justiça Global, Sandra Carvalho, que também veio a Curitiba participar da ação, é preciso fortalecer as lutadoras e lutadores por direitos. "Essa campanha vem para dar visibilidade aos defensores de direitos humanos. Principalmente, quem está no caminho do projeto de desenvolvimento em curso, que não atende a diferentes segmentos, sobretudo indígenas e quilombolas".

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Ações: Defensores e Defensoras de Direitos Humanos

Eixos: Política e cultura dos direitos humanos