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Dia da Amazônia e das mulheres indígenas: em defesa da floresta, da cultura e dos territórios



Um dos maiores biomas do planeta está ameaçado. Não apenas pelo fogo – que neste ano destruiu quase 25 mil km² da Amazônia – mas pela implantação de uma lógica desenvolvimentista que ameaça a fauna, a flora e, principalmente, quem vive na região amazônica.

Dia 5 de setembro é quando se celebra o Dia da Amazônia no Brasil. É nesta data também que, coincidentemente, se celebra o Dia Internacional das Mulheres Indígenas, em homenagem a Bartolina Sisa, mulher quéchua da região da Bolívia que foi assassinada durante a rebelião anticolonial.

Falar de defesa da Amazônia é também falar da luta das mulheres indígenas na defesa de seus territórios. São elas que enfrentam, nos seus cotidianos, as ameaças trazidas pelo desmatamento, pelo plantio em larga escala da soja ou a construção de portos e hidrelétricas.

São elas que estão na linha de frente da resistência para garantir os seus direitos: seja no cuidado com o território, no enfrentamento aos responsáveis pelos empreendimentos – como fez Tuíra Kayapó com seu facão, ao enfrentar o presidente da Eletronorte em 1989, no projeto que depois culminaria com a construção de Belo Monte -, seja batendo na mesa dos responsáveis por aprovar as leis que podem violar ou garantir os direitos indígenas, como fez este ano a indígena de Itaituba (PA) Alessandra Korap, da etnia Munduruku, durante reunião com o presidente da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia.

Em 2019, mais de duas mil indígenas também se reuniram em Brasília durante I Marcha Nacional das Mulheres Indígenas para reivindicar seus direitos e resistir aos retrocessos.

Apesar de as Terras Indígenas serem as áreas onde a preservação da Amazônia é maior, a falta de demarcação de novos territórios e propostas de mudanças legislativas ameaçam essas áreas. O Congresso Nacional deve analisar em breve a Proposta de Emenda Constitucional 187, que permitirá o arrendamento das terras indígenas. Além disso, o governo tenta tirar da Fundação Nacional do Índio (Funai) a responsabilidade sobre demarcação de terras indígenas e transferir essa autoridade para o Ministério da Agricultura. Indígenas lutam agora para barrar esses retrocessos. 

Defender a Amazônia é defender também quem nela habita. Garantir o direito de mulheres e homens indígenas é também defender a Amazônia.



Ações: Conflitos Fundiários, Empresas e Violações dos Direitos Humanos, Biodiversidade e Soberania Alimentar

Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar