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Movimentos de Santarém manifestam solidariedade ao povo Munduruku e condenam ataques por garimpeiros


Durante ataque, garimpeiros incendiaram casa da liderança Maria Leusa Munduruku. (foto: Reprodução/MPF)

Movimentos populares, pastorais sociais E organizações de Santarém, entre elas a Terra de Direitos, repudiam em nota o ataque de garimpeiros ao Povo Munduruku, da região Sudoeste do Pará. No dia 26 de maio, um grupo armado invadiu a Aldeia Fazenda Tapajós, em Jacareacanga, e incendiou diversas casas, entre elas a casa de Maria Leusa Kaba. Liderança Munduruku e coordenadora da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun, Maria Leusa é umas das principais vozes na denúncia do garimpo ilegal nas terras indígenas da região.

O documento assinado por 18 entidades destaca a gravidade desse tipo de ataque. “Queremos alertar que atos coletivos de tal violência são gravíssimos e destroem a legalidade e impossibilitam toda vida social, por isso se podem qualificar de atos terroristas, que se cometem porque se sentem respaldados por uma ‘ideologia miliciana' presente no Brasil e especialmente na Amazônia, de apropriar-se de forma fraudulenta e violenta de bens alheios”, indica o texto.

Sobre a ação

O ataque foi considerado uma represália à Operação Mundurukânia, da Polícia Federal, contra atividades irregulares de mineração nas Terras Indígenas (TIs) Munduruku e Sai Cinza. A operação foi uma das medidas determinadas em julho do ano passado pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para o enfrentamento à Covid-19 dentro dos territórios indígenas.

No mesmo dia do ataque à Aldeia Fazenda Tapajós, pela manhã, as forças de segurança foram surpreendidas por um grupo de garimpeiros que tentou invadir a base da operação.

Denúncias da intensificação da ação de garimpeiros estavam sendo realizadas pelos indígenas e pelo Ministério Público Federal desde março. No dia 25 daquele mês, a sede da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun foi atacada pelos garimpeiros. Os criminosos destruíram a fachada e móveis do prédio, e atearam fogo em documentos. Em abril, dois novos ataques foram registrado no local. Dessa vez, os garimpeiros roubaram mais de 800l de combustível e motores de barco para evitar que as lideranças da associação Wakoborun não participassem de uma assembleia do povo Munduruku marcada para o fim de abril.

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