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Terra de Direitos lança livro em parceria com a pesquisadora Elizabeth Bravo


A necessidade de reduzir as emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global, não é, de forma alguma, um problema novo. A necessidade de reduzir as emissões de Co2, produzidas sobretudo com a queima dos combustíveis fósseis, enfrenta impositivo bem concreto: o esgotamento progressivo das reservas mundiais de petróleo.

Para combater a mudança de clima e ao mesmo tempo manter a economia funcionando estaríamos vivendo momento de transição de uma etapa histórica da civilização industrial - dependente do petróleo como principal matriz energética em direção progressiva à adoção de alternativas para a matriz energética composta por várias fontes renováveis como vento,a energia solar, biomassa. Na categoria líquida dessas energias renováveis estão o etanol e o diodiesel - combustíveis obtidos a partir da biomassa vegetal proveneientes de cultivos agrícolas destinados a esse fim.

Entre as ações recomendadas para minimizar os riscos do aquecimento global está a redução imediata das emissões de gases de efeito estufa geradas com a queima de combustíveis fósseis cujo o maior responsável é o gerado pelo setor de trasnporte. O impacto das emissões de transporte é a mais consolidada em termos de metodologia, mas também pode-se considerar as emissões com as queimadas da Amazônia e do Cerrado, bem como as mudanças no uso da terra - (todas estas em função da expansão da fronteira agrícola) e do impacto da intensificação da pecuária, por exemplo apenas indicam alguns dos pontos que podem estar subestimados.

Embora o processo de industrialização-urbanização seja reconhecidamente o fator que desencadeou o aquecimento global - hoje é fundamental compreender mais profundamente de que forma a industrialização da agricultura a ser aprofudnada com o as agrocombustíveis pode estar agravando e radicalizando o problema.

 

Soberania Alimentar

Podemos pensar que uma mudança radical na agricultura para sistemas locais auto-suficientes e voltados ao auto-consumo, seja a principal alternativa que devemos buscar.É justamente contra o aprofundamento do agronegócio e todos os seus impactos que vem se construindo e afirmando a defesa e a luta pela soberania alimentar. Inverter a lógica deveria priorizar a construção da soberania alimentar tato quanto da soberania energética sobre os terrritórios que assegure às comunidades e aos povos o abastecimento e autonomia de seus sistemas produtivos locais.

A Via Campesina em 1996 criou o conceito de Soberania Alimentar para apresentar um contradiscurso e um conteúdo político à noção oficial da FAO - que conceitua como segurança alimentar; e também outra contraposição que se estabelece é do agro no lugar de bio.

As informações contidas ao longo do livro oferecem dados e uma visão geral sobre a forma relacional do que se passa nos mercados do norte(e na perspectiva de consumo) com as transformações que ocorrem na esfera da produção - caso da América Latina.Este livro oferece um subsídio de estudo para ampliar este debate fundamental na América Latina região do globo estratégica para a produção destes novos combustíveis e prioritária em função da disponibilidade das terras agriculturáveis, água e clima apropriado para a implementação massiva de mais monocultivos.

 

Fio condutor do livro

A competição entre os famintos do mundo e os condutores de veículos privados em que as críticas mas contundentes à expansão dos agrocombustíveis e seus impactos, estão centradas A questão moral desta competição entre a destinação dos grãos para alimento ou combustível, embora como já apontamos aqui, seja transitória em função dos etanóis de segunda geração vem ganhando aliados de peso.

O ano de 2007 pode marcar um divisor de águas para o futuro das lutas emancipatórias na América Latina em especial da agenda política e do entendimento comuns que vem costurando a convergência de movimentos camponeses e ambientalistas: a oposição e a resistência aos agronegócios e a expansão das monoculturas industriais de agroexportação.

Atualmente a agroenergia e os agrocombustíveis representam uma estratégia global para a reprodução do capitalismo, viabilizando a manutenção de um estilo de vida e um padrão de consumo, perpetuando e expandindo a mesma lógica de produção e circulação de mercadorias, bem como o controle estratégico dos recursos para prover a proporcional e vital demanda contínua de sempre mais e mais energia: o agronegócio e a agrivcultura camponesa e familar são projetos políticos diametralmente  contraditórios e absolutamente inconciliáveis de relação tecnológica com a natureza, de apropriação e de poder sobre os territórios e de viabilização social da produção da vida.

Autor/Fonte: Terra de Direitos



Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar

Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar