Das mulheres do campo, das águas e das florestas, para as famílias da cidade - Santarém (PA)
Assessoria de comunicação Terra de Direitos
Foi do trabalho protagonizado por mulheres agricultoras e extrativistas organizadas de Santarém (PA) e região que mais de cinco toneladas de alimentos ajudaram a alimentar centenas de famílias que veem a fome se aproximar em meio à pandemia, à crise econômica, e à falta de ações do governo para amortecer a crise.
Isso porque mulheres organizadas em grupos como da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém (AMTR) e Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Município de Belterra (Amabela) produziram alguns dos alimentos incluídos em cestas agroecológicas distribuídas para famílias que passam por alguma dificuldade em meio à pandemia.
Ovos, farinha de mandioca, jerimum, banana e goma de tapioca são alguns dos produtos que foram fornecidos por elas. E o melhor: é comida saudável, produzida de forma agroecológica – sem utilização de veneno ou produtos transgênicos e com respeito à natureza.
A distribuição das cestas agroecológicas, apoiadas por diversas organizações, entre elas a Terra de Direitos – foi uma forma de contribuir com mulheres e homens do campo e da cidade, que são impactados, de maneiras diferentes pela pandemia.
Enquanto algumas famílias urbanas sentiram a aproximação da fome, as famílias produtoras rurais também sentem os efeitos da crise provocada pelo coronavírus. Presidente da AMTR, Maria Ivete Bastos conta que em razão da pandemia a realização de feiras agroecológicas semanais, onde as mulheres vendiam seus produtos, foi suspensa. Com o agravamento dos casos em Santarém e com medidas de restrição de deslocamento, o grupo também encontra dificuldades de se deslocar ao centro da cidade, para fazer entregas dos produtos nas casas. A AMTR tem mais de 100 mulheres associadas
Essa situação, somada a tantas outras – como a falta de assistência técnica do governo – tem afetado a vida das produtoras rurais. “A gente tá vivendo um drama muito grande, o psicológico fica abalado”, conta Maria Ivete.
Apesar desse cenário, as mulheres permanecem firmes na produção e ajudam umas às outras. Iniciativas de trocas, doação e fornecimento de alimentos como para as cestas agroecológicas são formas de resistência e de transformação protagonizadas por elas. “A nossa política agroecológica é muito ampla, é muito solidária”, destaca. “Além de ter um produto mais saudável, a gente trabalha também para chegar à meta da justiça social, de superação das desigualdades. A luta é diversificada”, se orgulha Maria Ivete.
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