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Associação de catadores ocupa depósito no Dia da Independência.


A história começou com a dificuldade e o atraso para pagar o aluguel do antigo barracão, quando o Fórum do Lixo e Cidadania deixou de pagá-lo para os catadores, alegando falta de recursos. As famílias, além de tudo, precisavam de um espaço um pouco maior, pois faziam nas suas próprias casas a seleção dos materiais em meio ao lixo.Há algum tempo eles notavam que o depósito da Fundação Educacional do Estado do Paraná (Fundepar, ligada à Secretaria de Educação) estava inutilizado. Assim, decidiram conferir o local por dentro e confirmaram a impressão. Osmoradores falam em anos passando em frente e constatando essa situação de abandono. A associação resolveu então enviar um ofício para a Fundepar, solicitando o uso do local. Porém, de acordo com os catadores, só a partir daí começaram a chegar materiais escolares como cadeiras e bancos para que o depósito (no que seria a sua função). "Eles colocaram o material para dizer que o depósito estava ocupado", denuncia Maria de Lourdes, uma das responsáveis pela organização dos catodores. A reportagem do Brasil de Fato constatou que o local estava sem luz, com indícios de abandono, como por exemplo dois automóveis apodrecendo no pátio, além de resíduos deixados por moradores de rua. Para as famílias, no momento o importante é recomeçar as suas atividades em busca de renda no novo espaço e negociar com o governo do Estado uma solução. "Não buscamos moradia aqui, nós só queremos o espaço para trabalhar", ressalta Maria de Lourdes. Eles contam que ainda não conseguem fugir dos atravessadores, na cadeia de produção dos materiais recicláveis, isso porque ainda são uma associação e o seu objetivo no futuro é tornar-se uma cooperativa. "Foi até por não ser uma cooperativa que não tivemos condições de pagar o antigo aluguel", conta Maria. De acordo com os cálculos do catador José Jamil, algo como 30 por cento do valor do material recolhido ficaria com os atravessadores, que o vendem a melhor preço. A Fundepar, por sua vez, procurada pelo comitê de negociação do Novo Amanhecer, alegou que o barracão é um depósito de materiais escolares e fala em reintegração de posse, com ação policial. O presença da sociedade civil e dos movimentos sociais, por conta dessa situação, é essencial, para integrar-se ao grupo de apoio que acompanha a ocupação. Hoje, dia 12, Ilário Varenski, da Regional da Secretaria do Trabalho,comentou ao Brasil de Fato que a secretaria não pensa em despejo e se compromete em intermediar a negociação, embora ainda esteja formulando uma proposta. Até o momento, a Associação Novo Amanhecer conta com uma declaração de Apoio assinada por 21 associações de catadores locais. Autor/Fonte: Brasil de Fato/ Pedro Carrano



Ações: Direito à Cidade
Casos Emblemáticos: Sociedade Barracão
Eixos: Terra, território e justiça espacial